Insurgentes abandonam áreas importantes do noroeste da Síria
Beirute, 20 Ago 2019 (AFP) - Jihadistas e rebeldes abandonaram nesta terça-feira setores chave da região de Idlib, no noroeste da Síria, depois que as forças do regime de Damasco cercaram suas posições, informou a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Os combatentes jihadistas e os insurgentes se retiraram da cidade de Khan Sheikhun, na província de Idlib, e várias localidades do norte da província vizinha de Hama, onde fica um posto de observação estratégico da Turquia.
Com o recuo, o posto de observação turco na cidade de Morek, a uma dezena de quilômetros de Khan Sheikhun, está cercado pelas forças leais ao presidente sírio Bashar al-Assad, afirmou à AFP o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.
O regime sírio, apoiado pela Rússia, intensificou há alguns meses os bombardeios sobre Idlib e setores das províncias de Hama, Aleppo e Latakia, que ainda não estão sob seu controle.
No domingo, as forças do governo assumiram o controle de áreas do norte da cidade estratégica de Khan Sheikhun.
A Turquia, que apoia grupos rebeldes em Idlib, está presente na região como parte de um acordo estabelecido no ano passado com a Rússia, para evitar uma grande ofensiva.
O acordo previa a criação de uma zona desmilitarizada para separar as forças do regime das zonas controladas pelos jihadistas e rebeldes, e permitia à Turquia estabelecer postos de observação.
Na segunda-feira, a tensão aumentou entre o regime sírio e Ancara após a chegada de um comboio militar turco às imediações de Khan Sheikhun.
O governo da Síria acusou a Turquia de enviar "veículos carregados de munições" para ajudar os jihadistas e os rebeldes ante o avanço do exército de Damasco.
O OSDH informou que aviões russos e sírios atacaram os arredores do comboio, o que provocou três mortes.
O jornal sírio Al Watan (pró-governo) indicou que os ataques apontaram contra um veículo rebelde que guiava o comboio.
"Foi uma clara advertência contra as tentativas turcas de ressuscitar os terroristas", afirmou o jornal.
A Turquia condenou com veemência o ataque e considerou que era uma "contradição com os acordos existentes, a cooperação e o diálogo com a Rússia".
Depois de oito anos de guerra, a província de Idlib está parcialmente fora do controle do regime sírio. A região é dominada pelo grupo jihadista Hayat Tahrir al-Sham (HTS, ex-braço sírio da Al-Qaeda) e por diversos grupos rebeldes.
Centenas de milhares de deslocados, obrigados a fugir de outras zonas de combate, vivem nesta região. A ONU teme uma catástrofe humanitária em caso de continuidade dos combates.
Mais de 860 civis morreram nos bombardeios do regime sírio e da Rússia desde o fim de abril, de acordo com um balanço do OSDH.
A guerra na Síria começou em março de 2011 e provocou mais de 370.000 mortes.
lar/ah/iw/phv/mis-bc/zm/fp
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