Vaticano investigará arcebispo chileno por abuso sexual
A Nunciatura Apostólica no Chile informou hoje que o Vaticano abriu investigação de suposto abuso sexual de um menor, que teria ocorrido há mais de 50 anos, cometido pelo arcebispo chileno Bernardino Piñera, tio do atual presidente do Chile, Sebastián Piñera.
"A Santa Sé dispôs a realizar uma investigação prévia para averiguar se é verossímil a denúncia de um suposto abuso sexual de um menor de idade que teria sido cometido há mais de 50 anos pelo monsenhor Bernardino Piñera Carvallo, arcebispo emérito de La Serena", informa a nota da Nunciatura Apostólica chilena.
"Dou fé de que durante minha longa vida sacerdotal, que começou em 1945, sempre tive uma conduta imaculada", respondeu em um comunicado o arcebispo, de 103 anos.
A igreja acrescentou que está "em contato com a pessoa que apresentou a denúncia" mas que ao mesmo tempo "está sendo respeitado o princípio da presunção da inocência".
O arcebispo Piñera, reconhecido como formador de sacerdotes, afirmou em sua nota que "desconhece a acusação", mas manifestou sua disposição "a colaborar no esclarecimento da mesma".
"Custa-me acreditar em uma denúncia que se faz mais de 50 anos depois de ocorridos os eventuais fatos contra um homem que hoje tem 103 anos de vida", afirmou o presidente Piñera, sobrinho do arcebispo acusado.
Bernardino Piñera presidiu a Conferência Episcopal chilena entre 1984 e 1988. Atualmente, é arcebispo emérito da cidade de La Serena (500 km ao norte de Santiago).
Ao todo, a Justiça chilena investiga 158 casos de abusos sexuais que envolvem 219 membros da Igreja e que teriam deixado 241 vítimas, 123 das quais menores de idade à época dos crimes.
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