Indígenas pedem que governo boliviano decrete desastre na Amazônia por incêndios
La Paz, 17 Set 2019 (AFP) - Indígenas da Amazônia boliviana marcham nesta terça-feira (17) de suas comunidades até a cidade de Santa Cruz (leste) para que o governo decrete essa região em desastre, pelos incêndios que consumiram 2,7 milhões de hectares de floresta e pasto.
"Estamos pedindo ao governo que decrete desastre nacional, porque são as nossas comunidades que sofrem" pelo fogo, disse o líder do sindicato indígena Cidob, Tomás Candia.
Cerca de 200 nativos partiram na segunda-feira do povoado de San Ignacio de Velasco, no departamento de Santa Cruz, uma das áreas mais castigadas pelos incêndios que se espalham desde agosto, e esperam chegar a seu destino em até 25 dias.
"Somos cerca de 200 irmãos, entre homens, mulheres, jovens, anciãos e crianças", disse Candia, que explicou que a declaração de desastre exigida para que se multiplique a assistência local e internacional a comunidades indígenas.
"Queimaram tudo e não tem grão de arroz para semear", acrescentou.
A declaração de desastre é uma demanda de opositores, ambientalistas e até da Igreja católica, mas o poder Executivo respondeu que decretar esta medida significaria que o país se rendeu diante do problema.
O chanceler Diego Pary explicou que declaração de "desastre" se aplica "quando um país perdeu toda a sua institucionalidade, controle ou capacidade para administrar a emergência".
O Executivo considera que, embora precise da ajuda internacional, está em condições de enfrentar os incêndios por seus próprios meios, e recentemente recebeu 200 milhões de dólares do Banco Central da Bolívia para atender a emergência.
Os incêndios de pastos e florestas ainda não estão sob controle na Bolívia, enquanto as instituições estatais lutam por ar e terra para apagar o fogo.
A secretária de Meio Ambiente do Governo de Santa Cruz, Cinthia Asín, disse nesta terça-feira que em seu departamento foram registrados "2,7 milhões de hectares" queimados.
Os ambientalistas culpam as leis promulgadas no governo de Evo Morales para incentivar a queima de florestas e pastos a fim de ampliar a fronteira agrícola. No entanto, o Executivo atribuiu o fenômeno ao clima seco, aos ventos e a motivações deliberadas de moradores locais.
jac/rb/piz/cc
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