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Confira os fatos desde o início da operação militar turca na Síria

16/10/2019 16h26

Beirute, 16 Out 2019 (AFP) - A Turquia lançou no dia 9 de outubro a operação "Manancial de Paz" contra as milícias curdas no norte da Síria. Confira a seguir os eventos mais importantes desde o início da ofensiva militar, a terceira de Ancara no país vizinho desde 2016.

- Erdogan lança a operação -No dia 9 de outubro, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anuncia o início de uma operação militar contra a milícia síria das Unidades de Proteção Popular (YPG), um aliado dos países ocidentais na luta anti-jihadista.

Segundo Erdogan, a ofensiva tem como alvo os "terroristas" do grupo YPG e do Estado Islâmico (EI) e seu objetivo é estabelecer uma "zona de segurança" para "permitir o retorno de refugiados sírios a seu país".

A aviação e a artilharia turcas bombardeiam as regiões fronteiriças, especialmente Tal Abyad e Ras al Ain.

À noite, Ancara anuncia que os militares turcos, respaldados por rebeldes sírios que lutam contra o regime de Bashar al Assad com a ajuda da Turquia, entraram na Síria. Começa a fase terrestre.

- Críticas internacionais -O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, considera a operação turca "uma péssima ideia". Mas foi dele a decisão de retirar as tropas americanas posicionadas no norte da Síria, perto da fronteira com a Turquia, anunciada dois dias antes desse acontecimento, que deixou o caminho livre para ação de Ancara.

A operação turca é condenada por vários países, especialmente europeus, preocupados com os civis e a possibilidade de muitos extremistas islâmicos detidos pelos curdos fugirem.

Em resposta, Erdogan ameaça abrir as portas da Europa a milhões de refugiados instalados na Turquia.

- Os jihadistas -Em 11 de outubro, as forças turcas intensificam os bombardeios. As Forças Democráticas da Síria (SDS), entre as quais predomina o YPG, tentam conter seu avanço, de acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

As autoridades curdas afirmam que cinco jihadistas do EI escaparam de uma prisão, aproveitando os ataques turcos.

Cerca de 12 mil combatentes do EI estão detidos em prisões curdas, segundo fontes deste grupo étnico.

De acordo com o Pentágono, tropas americanas foram alvo de ataques oriundos de posições turcas perto de Kobane, uma ação negada por Ancara.

No dia 12, o FDS pediu a Washington que fechasse o "espaço aéreo para a aviação turca" e acusa os EUA de os terem "abandonado".

No dia 13, os curdos anunciam a fuga de cerca de 800 familiares de jihadistas do EI do campo de desalojados de Ain Isa.

- Avanço turco -O OSDH afirma que as forças turcas e seus aliados tomaram a cidade de Tal Abyad e Ancara diz ter avançado de "30 a 35 km no interior" da Síria. Até agora, conquistou uma faixa territorial de cerca de 120 km, que vai de Tal Abyad até o oeste de Ras al Ain.

- Mobilização do regime sírio -O Pentágono anuncia que Trump ordenou "uma retirada deliberada das forças americanas" do norte da Síria.

O curdos confirmam um acordo com Damasco para o deslocamento do exército sírio para a fronteira com a turquia. No dia 14, Damasco envia tropas para o norte.

Ancara acusa os curdos de libertar membros do EI.

Trump eleva o tom e pede à Turquia que encerre a operação militar.

Pela noite, as FDS lançam um contra-ataque contra as forças turcas e seus aliados perto de Ras al Ain, segundo o OSDH.

No dia 15, as forças sírias assumem o controle de Manbij, segundo Moscou, e os russos patrulham a área para evitar confrontos entre tropas turcas e sírias. A coalizão anti-jihadista liderada pelos EUA confirma que deixou a cidade.

A Turquia diz que continuará a ofensiva até "atingir seus objetivos".

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