Reguladora dos EUA acusa Boeing de ocultar informação sensível sobre 737 MAX
Nova York, 18 Out 2019 (AFP) - A Agência Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos acusou nesta sexta-feira (18) a Boeing de ocultar documentos importantes vinculados ao 737 MAX, desabilitado para voar há sete meses após dois acidentes que deixaram 346 mortos.
Segundo a FAA, a Boeing descobriu meses atrás as mensagens trocadas por dois funcionários da empresa sobre o processo de certificação da aeronave, em 2016, mas não revelaram sua existência até a última quinta-feira.
"Na última noite (quinta-feira), revi um documento preocupante que a Boeing forneceu ontem (quinta-feira) no último minuto ao Departamento de Transportes", disse Steve Dickson, administrador da FAA, em uma carta ao chefe da Boeing, Dennis Muilenburg.
"Entendo que a Boeing descobriu o documento em seus arquivos meses atrás. Aguardo sua explicação imediata sobre o conteúdo deste documento e o atraso da Boeing em informar os reguladores de segurança sobre sua existência", acrescentou.
Segundo uma fonte próxima ao caso, os funcionários mencionam em suas trocas de mensagens que a Boeing entregou à FAA informações enganosas sobre um importante software 737 MAX.
Em uma conversa que remonta a 2016 entre dois pilotos da Boeing, fica claro que o sistema automático que deveria impedir o colapso do 737 MAX dificultava a pilotagem do avião em um simulador.
No documento, entregue pela empresa a uma comissão parlamentar de inquérito, Mark Forkner, que na época era piloto da Boeing, diz a um colega que o MCAS - o sistema que seria questionado após dois acidentes que deixaram 346 mortos - "descarrila no sim" (simulador, ndr).
Contatada pela AFP, a Boeing não respondeu imediatamente ao pedido de comentário.
BOEING
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