Novos protestos no Líbano em dia crucial para o plano de reformas do governo
O Líbano se prepara hoje para novas manifestações, um um dia crucial do inédito movimento de protestos contra os políticos, já que o governo deve se pronunciar sobre o plano de reformas apresentado pelo primeiro-ministro Saad Hariri.
Desde o início da manhã, manifestantes bloqueavam avenidas em todo o país. A convocação para os protestos era cada vez mais intensa nas redes sociais.
Bancos, universidades e escolas permanecerão fechados hoje.
No domingo, centenas de milhares de pessoas saíram às ruas para exigir uma mudança radical de um sistema político acusado de corrupção e clientelismo, em meio a uma grave crise econômica.
De Beirute até a cidade de maioria sunita de Trípoli, ao norte, passando pelas cidades xiitas do sul e as localidades drusas ou cristãs do leste, os libaneses demonstraram uma inédita unidade para criticar os políticos.
Aos gritos "revolução" ou o "o povo quer a queda do regime", milhares pessoas invadiram o centro da capital.
O movimento nasceu de forma espontânea na quinta-feira, após o anúncio de uma tarifa para as ligações feitas pelo aplicativo de mensagens WhatsApp, medida que foi cancelada por pressão das ruas.
No dia seguinte, o primeiro-ministro Saad Hariri deu prazo de 72 horas a sua frágil coalizão para que apoie suas reformas bloqueadas pelas divisões políticas. Mas o discurso foi interpretado pelos manifestantes como uma tentativa de salvar a classe política.
O governo deve celebrar uma reunião nesta segunda-feira, liderada pelo presidente Michel Aoun, para apresentar uma resposta às reformas propostas. No domingo, os principais partidos aceitaram não adotar novos impostos e um programa de privatizações, segundo uma fonte do governo.
Mas isto não parece suficiente para acalmar os manifestantes.
A imprensa libanesa considera esta segunda-feira o dia da verdade para os políticos.
Os libaneses expressam irritação com a crise econômica em um país onde a dívida pública alcança mais de 86 bilhões de dólares, ou seja, mais de 150% do PIB.
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