Presidente sul-coreano aumenta gastos de defesa e faz apelo por negociação com o Norte
Seul, 22 Out 2019 (AFP) - O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, anunciou nesta terça-feira no Parlamento um aumento dos gastos militares e fez um apelo para que a Coreia do Norte retorne à mesa de diálogo, o que pode irritar Pyongyang.
O diálogo entre os dois países está paralisado desde o fracasso da reunião de cúpula de Hanói, em fevereiro, entre o presidente americano Donald Trump e o dirigente norte-coreano Kim Jong Un.
Desde então, Pyongyang condenou os exercícios militares anuais organizados em conjunto pelas forças americanas e sul-coreanas, que considera um teste para uma invasão, assim com a compra por parte de Seul de caças americanos.
A situação atual é muito diferente do início de 2018, quando Moon Jae-in aproveitou os Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang para quebrar o gelo e se reuniu em três ocasiões com Kim Jong Un.
A Coreia do Sul aumentará o orçamento da defesa em 7%, a 37,66 bilhões de dólares, no próximo ano, anunciou Moon no Parlamento. O presidente destacou que "uma defesa forte é essencial para a autodeterminação".
"Reforçaremos o sistema de defesa com equipamentos como submarinos de próxima geração e satélites de vigilância", afirmou.
O anúncio acontece um mês depois da Coreia do Norte ter afirmado que lançou um míssil balístico a partir de um submarino, parte de uma "nova fase" de seus programas de armamento. Este foi o ato de provocação mais forte desde o início da distensão com os Estados Unidos em 2018.
Várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU proíbem Pyongyang de produzir mísseis balísticos.
No início de outubro, Pyongyang e Washington retomaram as conversações na Suécia, mas as negociações permaneceram estagnadas.
Atualmente, Pyongyang descarta qualquer retomada das discussões com Seul.
Moon, um fervoroso defensor do diálogo com o Norte, mantém a esperança, apesar dos múltiplos reveses. Ele afirma que as negociações paralisadas são o "último obstáculo" antes da desnuclearização.
Um "futuro radiante" para o Norte só é possível com base em uma "economia de paz" dirigida por projetos econômicos intercoreanos, destacou. "Apelo ao Norte para agir", concluiu.
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