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Começa reunião da elite do Partido Comunista Chinês

28/10/2019 10h14

Pequim, 28 Out 2019 (AFP) - A elite do Partido Comunista Chinês iniciou, nesta segunda-feira (28), uma importante reunião em Pequim, em um momento em que o país enfrenta um quadro complexo, com os protestos pró-democracia em Hong Kong, a guerra comercial com os Estados Unidos e a desaceleração do crescimento econômico.

Esta quarta sessão plenária do Comitê Central do PCC é uma reunião fechada das mais importantes autoridades do gigante asiático, na qual são discutidas a agenda e as futuras diretrizes do país.

Segundo a agência oficial de notícias Xinhua, o presidente Xi Jinping entregou nesta segunda um documento de trabalho em nome do bureau político do Comitê Central e "fez uma explanação sobre o esboço do relatório". No texto, explica as decisões do comitê sobre "algumas questões importantes".

O relatório destaca questões sobre "como sustentar e melhorar o sistema socialista com as características chinesas e avançar na modernização do sistema do país e de sua capacidade de governar", acrescentou a Xinhua.

O termo governança se refere ao "fortalecimento do controle do PCC sobre todas as agências do governo", disse Jude Blanchette, especialista em política chinesa no Center for Strategic and International Studies (CSIS).

O resultado mais provável das reuniões desta semana "seria que o Partido Comunista Chinês se firme ainda mais no núcleo do poder político e governamental", afirmou na sexta-feira passada.

Já o analista político Hua Po, de Pequim, disse à AFP que nesta quarta plenária também poderá ser elaborado um documento crítico sobre as políticas do ex-líder chinês Deng Xiaoping - destacado por suas reformas destinadas à economia de mercado - e, dessa maneira, exaltar a figura de Xi.

É uma prática que os líderes chineses, incluindo o fundador da República Popular, Mao Tsé-Tung, adotaram.

Este conclave ocorre entre segunda e quinta-feira na capital chinesa e é o primeiro desde fevereiro de 2018.

Muitas políticas importantes do país foram anunciadas após essas reuniões plenárias, destinadas a aumentar o poder do partido nas instituições estatais. Na plenária anterior, foram eliminados os limites dos mandatos presidenciais, o que permite a Xi permanecer no poder de forma vitalícia.

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