Cuba e EUA trocam ataques verbais antes de votação na ONU contra bloqueio
Havana, 5 Nov 2019 (AFP) - Cuba e Estados Unidos aumentaram seus ataques verbais mútuos às vésperas da votação da Assembleia Geral da ONU na quinta-feira, uma resolução que condena o bloqueio de Washington, reforçada com outra nova restrição à cultura.
O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, denunciou na segunda-feira em Nova York que os Estados Unidos "estão adotando intensas ações de pressão e chantagem contra os Estados-membros das Nações Unidas com o objetivo de corroer o padrão de votação da resolução da Assembleia Geral".
"As pressões que mencionei são especialmente exercidas contra os países latino-americanos", acrescentou.
A resolução ("Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba") foi aprovada no ano passado por 189 países, e apenas os Estados Unidos e Israel se posicionaram contra.
"Como sempre, o império segue práticas sujas e perversas", disse o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, em um tuíte na terça-feira.
A resposta americana foi rápida. Nesta terça-feira, o subsecretário de Estado do Hemisfério Ocidental, Michael Kozak, disse em sua conta no Twitter que "a propaganda do regime cubano na ONU distrai os verdadeiros problemas que o povo cubano enfrenta como contínuas violações dos direitos humanos, incompetência econômica e prisão de ativistas políticos".
O "próximo voto de Cuba na ONU sobre embargo é um exercício ritual de culpar os EUA pela má administração do regime de Castro, diretamente responsável por impedir o crescimento e a prosperidade de Cuba", acrescentou Kozak.
Coincidindo com a troca verbal, o presidente dos EUA, Donald Trump, deu outra reviravolta ao embargo, incluindo Cuba, juntamente com Síria, Rússia e Coreia do Norte, em um memorando que proíbe o uso recursos do governo federal no intercâmbio educacional e cultural com esses países.
"Os Estados Unidos não fornecerão assistência não humanitária ou relacionada ao comércio, nem permitirão que funcionários dos governos de Cuba, República Popular Democrática da Coreia, Síria e Rússia participem de programas de intercâmbio educacional e cultural para o ano fiscal de 2020", diz o documento citado pelo portal oficial Cubadebate.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores de Cuba, o governo Trump implementou 187 medidas contra Cuba desde junho de 2017.
"Cuba não deixará de reivindicar a total eliminação do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos EUA" há 57 anos, afirmou o ministro das Relações Exteriores de Cuba na terça.
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