Partículas de urânio são detectadas em usina não declarada no Irã
Viena, 11 Nov 2019 (AFP) - A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) detectou no Irã "partículas naturais de urânio" em um local não declarado, de acordo com um relatório consultado pela AFP nesta segunda-feira em Viena.
"A Agência detectou partículas naturais de urânio de origem antropogênica em um local não declarado no Irã", afirmou o relatório.
A AIEA não diz o nome desse local. Fontes diplomáticas disseram anteriormente à AFP que a agência da ONU havia levantado questões junto a Teerã sobre um lugar que Israel disse que poderia abrigar atividades nucleares.
Uma fonte observou que a AIEA havia colhido amostras daquele local no distrito de Turquzabad, em Teerã.
Os ministros de Relações Exteriores de França, Alemanha e Reino Unido e a chefe da diplomacia da União Europeia reforçaram, em um comunicado conjunto, sua preocupação.
"Pedimos para o Irã se retratar de todas as medidas contrárias" ao tratado internacional sobre o tema.
"Queremos preservá-lo (o acordo), mas o Irã deve retornar às suas obrigações e respeitá-las, senão nos reservamos o direito de usar todos os mecanismos incluídos" nesse documento, tinha alertado o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, em Bruxelas antes da reunião.
Segundo um diplomata da capital austríaca, a taxa de produção de urânio no Irã aumentou consideravelmente, atingindo mais de 100 quilos por mês. Esse volume pode aumentar ainda mais nos próximos meses.
O relatório também confirma que o Irã intensificou seu enriquecimento de urânio, e os estoques de urânio pouco enriquecido agora alcançam o equivalente a 551 kg.
O acordo alcançado pelo Irã e pelas grandes potências em 2015 só permite armazenamento limitado a 300 kg.
Segundo os inspetores da AIEA, o Irã está enriquecendo urânio em suas instalações em Fordo, o que constitui uma nova violação de seus compromissos.
"Estamos entrando em uma fase de agravamento significativo. Vemos que a janela de oportunidade para uma escala está se fechando seriamente", disse uma fonte europeia.
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