Reveladas novas conversas entre suspeitos e autoridades russas sobre voo MH17
Haia, 14 Nov 2019 (AFP) - A equipe internacional de investigadores (JIT) encarregada do caso da queda do avião MH17 em 2014 na Ucrânia revelou, nesta quinta-feira (14), o conteúdo de novas conversas telefônicas entre suspeitos e autoridades russas de alto escalão.
A tragédia deixou 298 mortos.
Dirigida pela Holanda, a JIT divulgou, em um comunicado, um "novo chamado a testemunhas" para esclarecer as circunstâncias do episódio e tornou públicas novas "chamadas telefônicas registradas entre os dirigentes (separatistas) da DNR (República Popular de Donetsk) e altos responsáveis russos".
O Boeing da companhia Malaysia Airlines, que partiu de Amsterdã rumo a Kuala Lumpur em 2014 e transportava 196 cidadãos holandeses, foi alcançado em pleno voo por um míssil quando sobrevoava a zona de conflito com os separatistas pró-russos no leste da Ucrânia.
"A análise recente das declarações de testemunhas e outras informações revelou que a influência da Rússia na DNR ia além do apoio militar", disse o chefe da unidade criminal da Polícia holandesa, Andy Kraag.
"Indicações de vínculos estreitos entre os representantes do governo russo e os dirigentes da DNR suscitam interrogações sobre seu possível envolvimento na mobilização do BUK-Telar (sistema de mísseis antiaéreos de fabricação russa) que provocou a destruição do avião", acrescentou.
Em junho, a JIT acusou três russos e um ucraniano de assassinato. Seu julgamento começa em março de 2020 na Holanda. Provavelmente serão julgados à revelia, porque nem Rússia nem Ucrânia extraditam seus cidadãos perseguidos judicialmente no exterior.
Em 2018, os investigadores estabeleceram que o voo MH17 foi derrubado por um míssil BUK, de concepção soviética, proveniente da 53ª Brigada Antiaérea russa baseada em Kursk (sudoeste da Rússia).
cvo/bds/es/mb/tt
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