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Trump quer tornar obrigatória divulgação de tarifas de serviços hospitalares

15/11/2019 19h57

Washington, 15 Nov 2019 (AFP) - Os hospitais americanos, famosos pela falta de clareza na divulgação de suas taxas e contas surpreendentes, serão obrigados a partir de 2021 a tornar públicos os preços de seus procedimentos médicos, de acordo com um regulamento publicado nesta sexta-feira (15) pelo governo de Donald Trump.

O Departamento de Saúde propôs separadamente novos regulamentos para forçar as companhias de seguros privadas a informar o segurado com antecedência quanto custará uma operação ou tratamento médico.

Conhecer os custos de um procedimento médico hoje em dia é muitas vezes semelhante a percorrer uma pista de obstáculos para os pacientes, que geralmente concordam em ser operados sem ter certeza dos valores que serão cobrados no final.

"Atualmente, os preços dos serviços de saúde são tão transparentes quanto a lama para os pacientes", disse Seema Verma, diretora dos Centros de Serviços de Medicare e Medicaid.

A transparência exigida pelo governo Trump "vai estimular a concorrência entre hospitais e seguradoras", acrescentou.

Nos Estados Unidos, os preços dos procedimentos não são estabelecidos por uma autoridade central, mas são negociados entre hospitais e companhias de seguros privadas, que cobrem metade da população.

Para a mesma operação no joelho, uma grande seguradora obterá melhores preços do que uma pequena seguradora. Uma rede de clínicas que detém o monopólio da assistência médica em uma cidade também pode estabelecer preços mais altos do que em outros lugares onde vários hospitais competem.

Esses preços atualmente negociados são confidenciais. As seguradoras não apenas não sabem os preços pagos por seus concorrentes, mas o paciente não sabe quanto terá que pagar do próprio bolso.

Por exemplo, um paciente que é 80% coberto pelo seu seguro para um determinado procedimento geralmente não pode saber quanto serão os 20% restantes, o que pode chegar a milhares de dólares. O regulamento proposto nesta sexta-feira visa evitar essa incerteza.

Mas esta determinação ainda pode ser impugnada nos tribunais pelo setor hospitalar.

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