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Casa Branca cancela ajuda militar ao Líbano

19/11/2019 20h34

Washington, 19 Nov 2019 (AFP) - A Casa Branca retirou uma ajuda militar de mais de 100 milhões dólares do Líbano no verão passado, sem dar nenhuma explicação às outras áreas do governo dos Estados Unidos, confirmou uma autoridade do Departamento de Estado.

Questionado a portas fechadas em 6 de novembro pela comissão parlamentar, que iniciou uma investigação para a abertura de processo de impeachment contra o presidente Donald Trump, o número três da diplomacia americana, David Hale, comentou como soube, no meio deste ano, que a presidência dos Estados Unidos suspendeu uma ajuda militar à Ucrânia, questão capital dos democratas para iniciar o processo de julgamento político contra o presidente.

"O pacote de ajuda ao Líbano também foi suspenso da mesma maneira", disse, segundo a transcrição da audiência publicada na noite de segunda-feira.

"Segundo as informações que chegaram a mim no final de junho, foi decidido congelar a assistência à Ucrânia e a assistência militar ao Líbano, sem explicações", acrescentou o subsecretário de Estado para assuntos políticos.

Em relação ao Líbano, "o congelamento ainda não foi cancelado", disse em 6 de novembro.

Hale acrescentou que não recebeu justificativas, nem formais nem informais, e sugeriu "divergências de opiniões" dentro da liderança da Casa Branca responsável pelo orçamento.

A administração Trump está decidida a exercer "pressão máxima" sobre o Irã.

No caso do Líbano, isso inclui o apoio ao Exército para tentar isolar o movimento xiita Hezbollah, um aliado de Teerã e considerado por Washington como uma organização terrorista, mas que tem participação no governo de Beirute.

A decisão de deixar de dar ajuda aconteceu antes de Saad Hariri, aliado do ocidente, renunciar ao cargo de primeiro-ministro por conta dos protestos contra a corrupção no governo.

Dois legisladores democratas criticaram a decisão da Casa Branca, que representa o bloqueio de 105 milhões de dólares para veículos militares, armas e munições.

Um Exército libanês "mais eficaz é claramente interessante para os objetivos dos Estados Unidos e do Líbano", disse Eliot Engel, presidente do Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, e Ted Deutch, chefe da comissão do Oriente Médio.

Ambos destacaram as "ameaças iminentes" enfrentadas por Beirute, desde o "ressurgimento" dos grupos jihadistas Estado Islâmicos e Al Qaeda a um Hezbollah "ainda mais forte".

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