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Mais um morto em confronto entre manifestantes e militares na Bolívia

19/11/2019 17h35

La Paz, 19 Nov 2019 (AFP) - Uma pessoa morreu e pelo menos cinco ficaram feridas no confronto entre manifestantes e militares que liberaram mais cedo o acesso a uma refinaria de combustíveis em El Alto, cidade vizinha de La Paz, informou nesta terça-feira (19) a Defensoria Pública da Bolívia.

"Evidenciou-se a morte do senhor Dayvi Posto Cusi, de 31 anos de idade, com um disparo a bala. Estamos pedindo às autoridades uma investigação", disse à AFP um porta-voz da Defensoria Pública.

A imprensa local divulgou que pelo menos cinco pessoas ficaram feridas quando manifestantes, leais ao ex-presidente Evo Morales, que obteve exílio no México após renunciar em 10 de novembro, atacaram as instalações da refinaria de Senkata com "bananas" de dinamite .

Pouco antes, uma força de segurança formada por policiais e militares, com o apoio de blindados e helicópteros, havia entrado na unidade industrial, ocupada há dias pelos manifestantes, para liberar a saída de caminhões-tanque que deveriam levar combustível para La Paz, afetada por uma grave crise de abastecimento.

Do México, Morales escreveu no microblog Twitter: "Eu denuncio ao mundo que o governo de fato no estilo de ditaduras militares novamente mata meus irmãos em El Alto, que resistem pacificamente ao golpe e lutam em defesa da vida e da democracia".

A presidente interina Jeanine Áñez (direita) assinou um decreto nos últimos dias, descrito pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) como "grave", que isenta os militares de processos penais se gerarem vítimas em suas tarefas de manutenção da ordem no país, convulsionado há um mês.

Outro decreto assinado por Áñez destina 4,8 milhões de dólares para compra de equipamento militar para as Forças Armadas.

No fim de semana, a CIDH estimou em 23 mortos desde que começaram os conflitos e em 9 desde que Áñez se autoproclamou presidente em 13 de novembro.

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