Encontrados destroços na área onde desapareceu avião militar chileno
Punta Arenas, Chile, 11 dez 2019 (AFP) - A Força Aérea do Chile (FACH) e o Ministério da Defesa brasileiro informou nesta quarta-feira (11) que foram encontrados flutuando no mar destroços e objetos pessoais na área onde uma aeronave militar desapareceu na segunda quando ia rumo a Antártica com 38 pessoas a bordo.
"A descoberta [de pedaços de avião flutuando no mar] foi feita pelo navio de bandeira chilena Antarctic Endeavour e indicaria que poderiam ser partes dos restos das esponjas dos tanques internos de combustíveis do C-130", indicou o comandante em chefe da IV brigada aérea, Eduardo Mosqueira, em coletiva de imprensa na cidade de Punta Arenas, a cerca de 3.000 km ao sul de Santiago.
Os restos foram encontrados 30 km ao sul da posição do último contato do avião Hércules C-130, que perdeu comunicação por rádio às 18H13 de segunda-feira e foi declarado sinistrado sete horas depois.
"Vamos fazer as perícias correspondentes e quando tivermos as esponjas aqui na área, vamos determinar se são realmente do C-130", acrescentou Mosqueira.
Os restos chegarão a Punta Arenas "amanhã ou nos próximos dias", detalhou o chefe militar.
Pouco depois, o Ministério da Defesa brasileiro informou que "o Navio Polar Almirante Maximiano, da Marinha do Brasil, recolheu, por volta das 15h45, itens pessoais e destroços compatíveis com a aeronave Hércules C-130, da Força Aérea do Chile, que estava desaparecido desde a madrugada de terça-feira (10)", segundo um tuíte do presidente Jair Bolsonaro, que reproduziu o comunicado da pasta.
"As partes do avião e os objetos estavam a aproximadamente 280 milhas náuticas (518 km) de Ushuaia, na Argentina. O navio da Marinha do Brasil permanece na área de busca em ações coordenadas com autoridades chilenas e duas lanchas do navio continuam a recolher destroços", continuou o presidente.
O avião militar, com 38 pessoas a bordo - 21 passageiros e 17 tripulantes - decolou às 16H55 de segunda-feira de Punta Arenas, no extremo austral do Chile, rumo à base Eduardo Frei na Antártica.
Cerca de 15 aviões e cinco embarcações de diferentes tamanhos e nacionalidades participavam da operação de busca do avião, um dos mais seguros da Força Aérea do Chile.
A aeronave perdeu comunicação quando sobrevoava a passagem de Drake, uma das zonas mais tempestuosas para a navegação, entre o continente sul-americano e a Antártica.
Essa rota náutica marca a união do oceano Pacífico com o Atlântico. Com cerca de 850 km de largura e uma profundidade de entre 3.500 e 4.000 km, tem ventos que podem ultrapassar os 100 km/h. Entre dezembro e fevereiro, são geradas no local ondas de até 15 metros de altura.
O papa Francisco enviou uma mensagem de "proximidade" e "apoio" aos chilenos após o desaparecimento do avião, enquanto os familiares das vítimas foram para a cidade de Punta Arenas para esperar os resultados da busca.
"O Santo Padre segue de perto as notícias que chegam deste país amado sobre a perda de contato com o avião da Força Aérea que seguia para rumo à Antártica", escreveu em um telegrama o cardeal secretário de Estado, Pietro Parolin.
Nesta quarta-feira, devido ao fato de que as condições de visibilidade estavam dadas "para operar de boa forma", segundo Mosqueira, as tarefas de busca foram ampliadas a uma área maior que a zona na qual se perdeu o contato com o avião.
A área de trabalho considera agora uma superfície total de busca de cerca de 960 km².
Nas buscas participam forças militares do Chile, Argentina, Uruguai, Brasil e Estados Unidos.
No total participam da busca 285 pessoas da FACH, 286 da Marinha chilena e 69 de meios internacionais. A legislação chilena estabelece um prazo inicial de seis dias, prorrogável por mais quatro dias, para as tarefas mais intensas de busca.
O avião tinha como missão cumprir tarefas de apoio logístico na base Eduardo Frei, a maior do Chile na Antártica, para a revisão do oleoduto flutuante de abastecimento de combustível da base e realizar tratamento anticorrosivo das instalações.
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