Boris Johnson conquista vitória esmagadora nas eleições britânicas
Londres, 12 dez 2019 (AFP) - O Partido Conservador, do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, obteve uma folgada maioria absoluta nas eleições legislativas desta quinta-feira, segundo pesquisa de boca de urna publicada pelos principais jornais do país.
De acordo com pesquisa do instituto Ipsos/MORI para BBC e Sky News, os conservadores obtiveram 368 cadeiras do total de 650 na Câmara dos Deputados.
Já a principal força da oposição, o Partido Trabalhista de Jeremy Corby, sofreu uma dura derrota, ficando limitado a 191 deputados, 71 a menos que em 2017.
O número dois do Partido Trabalhista, John McDonnell, admitiu que o resultado foi "extremamente decepcionante".
"Parece que o tema do Brexit dominou" a eleição. "Isto se deve, em grande parte, ao cansaço com o Brexit. As pessoas querem acabar com isto", disse McDonnell a Sky News.
Os britânicos foram às urnas para eleições apontadas como as "mais importantes em uma geração", que definiram o Parlamento que deve apresentar uma resposta à questão mais complexa na história recente do país - o Brexit - e nas quais tudo é possível.
No poder desde julho, mas sem maioria absoluta, Johnson apostou em eleições antecipadas em dezembro, um mês escuro e frio, pouco propício para levar os britânicos às urnas, e obteve a hegemonia que lhe permitirá cumprir a promessa de tirar o país da União Europeia em 31 de janeiro.
Decidido por referendo em 2016, o Brexit, inicialmente previsto para março de 2019, foi adiado três vezes por rejeição do Parlamento ao acordo de divórcio negociado com Bruxelas.
O tema monopoliza a vida política britânica há mais de três anos e divide profundamente a sociedade.
Corbyn propunha negociar um novo acordo para manter estreitas relações comerciais entre o Reino Unido e a União Europeia.
O ex-sindicalista prometeu submeter o acordo a um novo referendo, junto com a possibilidade de simplesmente anular o Brexit.
Durante todo o dia, os britânicos enfrentaram chuva e neve para ir às seções eleitorais, que permaneceram abertas até as 22h00 locais (19h de Brasília).
Apesar das pesquisas de boca de urna, será preciso aguardar até a madrugada de sexta para ter um resultado oficial.
Corbyn votou por volta do meio-dia em Islington, no norte de Londres, onde deixou ser fotografado e conversou com eleitores.
Johnson o fez ao final da manhã em Westminster e posou para fotos com seu cachorro, Dilyn. Depois, postou no Twitter uma foto dos dois com a hashtag "#DogsAtPollingStations" ("Cães nas seções eleitorais").
A paixão pelos bichos de estimação parece ser um dos temas que ainda unem os britânicos: dezenas de milhares de pessoas publicaram imagens com os seus, alguns vestindo roupinhas de Natal contra o frio e o tema virou evidência nas redes sociais do país.
- "Cruzamento de caminhos" -"Fiquei na dúvida até o último minuto. Finalmente, votei no menos pior", disse à AFP Tippy Watson, de 53 anos, sem identificar seu voto.
O agente imobiliário Colin Anderson, 41 anos, lamentou que temas importantes como "o meio ambiente e a economia tenham ficado de fora" nesta eleição dominada pelo Brexit.
"Vou votar nos conservadores só para completar o Brexit, apesar de ser contra, mas temos que sair adiante e dar clareza às empresas", disse à AFP Steve Banham, um londrino na casa dos 50, ilustrando o saturação que Johnson terá que superar para chegar à vitória.
- Reação -A França cumprimentou Boris Johnson por sua convincente vitória, que permitirá uma folgada maioria e o desbloqueio do processo do Brexit.
"Acredito que estas eleições, caso os resultados sejam confirmados, permitirão uma maioria clara, algo que faltava no Reino Unido há anos", disse a ministra francesa de Assuntos Europeus, Amélie de Montchalin.
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