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Papa pede esvaziamento de campos de detenção na Líbia

O papa Francisco recebeu refugiados no Vaticano em 19 de dezembro - ANSA/ETTORE FERRARI/Pool via REUTERS
O papa Francisco recebeu refugiados no Vaticano em 19 de dezembro Imagem: ANSA/ETTORE FERRARI/Pool via REUTERS

19/12/2019 15h42

Cidade do Vaticano, 19 dez 2019 (AFP) — O papa, que nesta quinta-feira (19) instalou uma cruz de cristal emblemática no Vaticano, na qual se destaca um colete salva-vidas de um migrante afogado em 2019, pediu o esvaziamento dos campos de refugiados na Líbia, considerados locais "desprezíveis" e centros de tortura.

"Devemos trabalhar seriamente para esvaziar os campos de detenção na Líbia", disse ele, após pedir que se "denuncie e processe traficantes que exploram e maltratam migrantes, sem medo de revelar conluio e cumplicidade com as instituições".

Com essa instalação no Palácio Apostólico, o papa argentino, extremamente sensível a essa questão, pretende lembrar dos migrantes e refugiados que arriscam suas vidas no mar para chegar à Europa.

"O problema não é resolvido com o bloqueio de navios", alertou.

Hoje, Francisco recebeu 33 refugiados de um campo na ilha de Lesbos, na Grécia, que puderam viajar para a Itália, graças aos corredores humanitários organizados pela comunidade católica italiana Sant'Egidio.

Antes deles, o papa lembrou que o colete colocado na cruz foi encontrado em julho passado no Mediterrâneo e pertencia a um migrante anônimo que morreu afogado.

Visivelmente comovido, falou da "morte ilícita", da situação que "força muitos migrantes a deixarem suas terras e a atravessarem desertos, e a serem sujeitos a abuso e tortura em campos de detenção".