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Prefeito de NY denuncia crise de antissemitismo nos EUA após ataque

30/12/2019 19h48

Nova York, 30 dez 2019 (AFP) - O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, denunciou nesta segunda-feira uma crise de antissemitismo nos Estados Unidos após cinco pessoas serem esfaqueadas na casa de um rabino durante uma festa de Hanukkah.

"Consideramos que isto é uma crise", disse De Blasio em entrevista à rádio NPR.

"Existe um problema crescente de antissemitismo em todo o país. Tomou uma forma cada vez mais violenta", acrescentou.

O prefeito disse que se formou uma "atmosfera de ódio" e que "as forças do ódio foram desatadas".

"Parte disso tem a ver com a realidade de Washington", disse. "Parte tem a ver com as redes sociais".

O suspeito do ataque, Grafton Thomas, foi denunciado nesta segunda-feira por crimes de ódio.

Segundo documentos judiciais, Thomas, 37 anos, já havia manifestado suas ideias antissemitas em textos pessoais nos quais fazia referência à "cultura nazista" e desenhava suásticas.

Também teria consultado na Internet a frase "por que (Adolf) Hitler detestava os judeus" e os endereços de "templos sionistas".

De Blasio anunciou uma série de medidas para abordar o problema, como presença policial intensificada nas comunidades judaicas de Nova York, câmeras de segurança adicionais e patrulhas de segurança comunitárias multiétnicas.

"Criamos um hábito que cada vez que a comunidade judaica é atacada em qualquer parte do mundo, os lugares cruciais dessa comunidade na cidade de Nova York são reforçados", relatou.

"Mas agora estamos fazendo isso em uma escala muito maior, particularmente no Brooklyn, onde se encontram as vulnerabilidades mais significativas".

Thomas atacou na noite de sábado na casa do rabino Chaim Rottenberg em Monsey, condado de Rockland.

O suspeito foi conduzido a uma corte de Nova York no domingo, com cinco acusações de tentativa de assassinato.

Rockland conta com a mais numerosa comunidade judaica dos Estados Unidos em relação a seus habitantes. Um parcela de 31,4% de seus moradores - ou seja, 90 mil pessoas - são judeus.

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