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Sobe para 35 o número de mortos em terremoto na Turquia

26.jan.2020 - Equipe de resgate trabalha nos escombros de um prédio na Turquia  - Bulent Kilic/AFP
26.jan.2020 - Equipe de resgate trabalha nos escombros de um prédio na Turquia Imagem: Bulent Kilic/AFP

26/01/2020 08h27

Elazig, Turquia, 26 Jan 2020 (AFP) - A esperança de encontrar sobreviventes se esgotava neste domingo (26), depois que as equipes de resgate retiraram vários corpos dos escombros de um prédio que desabou durante o forte terremoto que atingiu o leste da Turquia, matando pelo menos 35 pessoas.

Em Sürsürü, bairro da cidade de Elazig, localizada não muito longe do epicentro do tremor de magnitude 6,7 que ocorreu na sexta-feira à noite, três corpos sem vida foram encontrados nos escombros de um prédio residencial.

Quando souberam que um de seus entes queridos estava entre as vítimas, algumas mulheres que esperavam nas proximidades caíram em lágrimas, constatou um correspondente da AFP.

O ministro turco do Interior, Süleyman Soylu, informou neste domingo que o número provisório de mortos é de 35 e mais de 1.600 feridos. Cem pessoas ainda estão hospitalizadas, incluindo 13 em estado grave.

As equipes de resgate, que enfrentam um frio congelante, recuperaram 45 pessoas vivas dos escombros desde a noite de sexta-feira, segundo a mesma fonte.

Perto do prédio de quatro andares que desabou em Sürsürü, várias dezenas de pessoas aguardam ansiosamente notícias de seus entes queridos presos sob os escombros.

"É difícil, mas precisamos ser pacientes", disse uma voluntária do Crescente Vermelho a uma mulher sem notícias de sua prima que morava no prédio. "As pessoas presas lá embaixo estão lutando, você tem que ser forte."

Temperaturas glaciais

Porém, mais de 36 horas após o terremoto, e à medida que a temperatura cai abaixo de -10°C à noite, a esperança de encontrar sobreviventes diminui.

Pressionados pelo tempo, os socorristas devem, no entanto, tomar cuidado para evitar o colapso dos escombros.

Em Sürsürü, eles limpam os escombros, enquanto um cachorro fareja em busca de pistas.

Segundo Soylu, seis pessoas ainda estão presas neste edifício.

"Se fosse verão, as pessoas poderiam resistir um pouco mais, sem dúvida. Mas é difícil pensar nisso com tanto frio. Deus os ajude", disse Hasan Duran, um aposentado.

Este morador do bairro temeu por sua vida quando o terremoto ocorreu na sexta-feira. "O prédio balançava como um berço. Eu já experimentei vários terremotos, mas nunca nada parecido", acrescentou ele.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que visitou Elazig no sábado, disse neste domingo que "as medidas necessárias serão tomadas imediatamente (...) para garantir que ninguém fique desabrigado".

O medo dos habitantes continua grande, em razão dos tremores secundários - mais de 600 desde sexta-feira à noite.

Muitos deles passaram mais uma noite fora, apesar do frio.

"Nossos filhos têm medo, o moral deles é muito ruim", disse Esra Kasapoglu, que passou a noite em volta de uma fogueira na rua.

Segundo as autoridades, mais de 15.000 pessoas estão abrigadas em ginásios e escolas, e mais de 5.000 tendas foram instaladas na cidade para acomodar os moradores.

A cidade de Elazig, cuja aglomeração tem cerca de 350.000 habitantes, incluindo uma grande comunidade curda, é regularmente abalada por terremotos.

A Turquia está localizada em uma das zonas sísmicas mais ativas do mundo. Em 1999, um terremoto de magnitude 7,4 atingiu o noroeste do país, matando mais de 17.000 pessoas, incluindo mil em Istambul.

O último terremoto poderoso que atingiu a Turquia (7,1 na escala Richter) ocorreu em 2011 na província de Van, matando mais de 600 pessoas.