Organismo da ONU defende relatório sobre ataque químico na Síria
Haia, 6 Fev 2020 (AFP) - A Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) acusou dois ex-inspetores que vazaram documentos confidenciais nos quais relatórios de 2018 do organismo sobre um ataque com cloro na Síria eram questionados.
"Os inspetores A e B não são denunciantes. São indivíduos que não podiam aceitar que suas opiniões não estavam respaldadas por provas", afirmou Fernando Arias, diretor da Opaq, organismo da ONU que vela pelo controle das armas químicas no mundo.
Arias anunciou uma investigação interna no fim de maio de 2019 sobre um vazamento de um documento interno que lançava dúvidas sobre a conclusão da Opaq sobre o ataque de Duma de abril de 2018, no qual 40 pessoas morreram.
Em novembro, Arias voltou a defender o relatório, após um segundo vazamento, quando o Wikileaks publicou um e-mail enviado por um membro da equipe que investigou o incidente.
Na mensagem, a Opaq, com sede em Haia, era acusada de alterar os resultados originais dos pesquisadores para que provas da substância química parecessem mais conclusivas.
Arias desacreditou os dois ex-inspetores afirmando que "quando suas opiniões não conseguiam ter impulso, eles se encarregavam dos assuntos e violavam as obrigações da Organização".
"Seu comportamento é ainda mais grave se se leva em conta que, claramente, tinham uma informação incompleta sobre a investigação de Duma", acrescentou.
O relatório final da Opaq, publicado em março de 2019, garantia que havia "motivos fundados" para crer que no ataque foram utilizados químicos tóxicos com "cloro reativo".
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