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Sete acusados de 'terrorismo' de extrema esquerda são presos na Rússia

10/02/2020 08h13

Moscou, 10 Fev 2020 (AFP) - Um tribunal russo condenou sete homens, nesta segunda-feira (10), a duras penas de prisão por sua participação - segundo os serviços secretos (FSB, ex-KGB) - em uma rede "terrorista" de extrema esquerda.

O caso é questionado por ONGs e pela oposição.

Apresentados pela acusação como terroristas "antifascistas" e "anarquistas", os réus terão de cumprir penas de seis a 18 anos de prisão, conforme o veredicto do tribunal militar de Penza (centro), relatou um dos advogados da defesa, Serguei Morgunov, ouvido pela AFP.

Todos nascidos entre 1988 e 1996, estes jovens foram detidos em 2017 por suspeita de pertencimento a uma organização terrorista.

Alguns também foram acusados de posse de armas e de munições e de tentativa de tráfico de drogas.

As penas mais duras de 18 e 16 anos foram para os dois "líderes" do grupo.

Segundo uma ONG de defesa dos direitos humanos e a oposição russa, o caso foi totalmente montado para fazer crer que existe uma ameaça contra o poder.

"O caso da 'rede' é um caso de escola. Este veredicto é para mostrar à população que há uma ameaça de terrorismo político real (...) e é uma ordem à juventude: 'sentem, não se movam!'", denunciou Svetlana Ganushkina, uma das figuras históricas da Memorial, organização de defesa dos direitos humanos de referência na Rússia.

Nenhum dos acusados tinha antecedentes criminais.

ml-alf/mp/jhd/mar/pc/tt

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