China considera "inaceitáveis" medidas americanas contra a imprensa do país
Pequim, 19 Fev 2020 (AFP) - A China classificou como "inaceitáveis" as novas regras impostas pelos Estados Unidos aos veículos estatais de imprensa chineses, que serão tratados como missões diplomáticas para contra-atacar o que as autoridades americanas consideram propaganda de Pequim.
"Estados Unidos sempre defenderam a liberdade de imprensa, mas interferem e dificultam o bom funcionamento da mídia chinesa nos Estados Unidos", declarou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Geng Shuang.
"Nos reservamos o direito de uma resposta no âmbito da questão", afirmou.
Cinco meios de comunicação, incluindo a agência de noticias Xinhua e o canal de televisão de língua inglesa CGTN, precisam a partir de agora da aprovação do Departamento de Estado americano para comprar imóveis nos Estados Unidos.
Também terão que apresentar listas de todos os seus funcionários, incluindo cidadãos americanos, indicou o Departamento de Estado.
O governo afirmou, no entanto, não vai aplicar nenhuma restrição às atividades jornalísticas chinesas em território americano.
"Expressamos nosso profundo descontentamento e nossa firme oposição", disse Geng Shuang, antes de declarar que os meios de comunicação chineses sempre realizaram seu trabalho "de acordo com os princípios de objetividade, equidade, verdade e exatidão".
Funcionários do Departamento de Estado, que informaram os cinco veículos de comunicação sobre as novas regras na manhã de terça-feira, afirmaram que a China reforçou o controle sobre os meios de comunicação desde que o presidente Xi Jinping assumiu o poder em 2013.
"Não se discute que as cinco entidades são parte do aparato de notícias de propaganda do Estado-partido (chinês) e recebem ordens diretas do topo", declarou uma fonte americana a repórteres sob condição de anonimato.
"Todos sabemos que sempre foram controlados pelo Estado, mas este controle foi reforçado ao longo do tempo e suas atividades fora dos Estados Unidos se tornaram muito mais agressivas", afirmou.
As outras três organizações afetadas pela medida são a Rádio Internacional da China e os distribuidores do jornal oficial chinês Diário do Povo e o China Daily, outro jornal do Partido Comunista Chinês, mas publicado em inglês.
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