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Alerta pelo coronavírus no Japão e Coreia do Sul; queda nos contágios na China

20/02/2020 16h27

Pequim, 20 Fev 2020 (AFP) - A China destacou nesta quinta-feira (20) uma redução do número de novos contágios de coronavírus, mas, no Japão, onde morreram dois passageiros de um cruzeiro, e na Coreia do Sul, que registrou a primeira vítima fatal e mais de 100 casos, a preocupação aumentou com a epidemia.

A Comissão Nacional de Saúde anunciou 114 mortes na China em 24 horas, o que eleva o total de vítimas fatais para 2.118 em todo país (menos Hong Kong e Macau).

O organismo ressaltou, porém, que o número diário de novos contágios registrou o menor nível em quase um mês: 673 - ou 394, se considerado o balanço revisto pelas autoridades da província de Hubei, epicentro da epidemia.

No total, mais de 74.500 pessoas foram infectadas na China desde o surgimento do novo coronavírus em dezembro.

No restante do planeta, a epidemia provocou 11 mortes, e a propagação alcançou 25 países, incluindo o Irã, onde duas pessoas faleceram. Foram as primeiras vítimas fatais registradas no Oriente Médio.

No Japão, o cruzeiro "Diamond Princess", atracado em quarentena no porto de Yokohama, tem mais de 600 casos registrados, o maior foco do vírus fora de China. Dois idosos, que estavam a bordo e foram diagnosticados com a doença, morreram, segundo a imprensa local.

Os dois idosos estavam doentes antes de contrair o novo coronavírus e foram retirados da embarcação nos dias 11 e 12 de fevereiro, informou o canal NHK.

- Contágio em seita -Na Coreia do Sul, as autoridades anunciaram a morte de um homem na quarta-feira na província de Gyeongsang do Norte.

Também informaram que o número de infectados quase dobrou e supera 104 pessoas, mais de 40 delas relacionadas à igreja Shincheonji, ou Templo do Tabernáculo do Testemunho, entidade acusada de ser uma seita.

Quinze pessoas contraíram a doença em um hospital.

O prefeito da cidade - a quarta maior do país e com 2,5 milhões de habitantes - pediu a população que permaneça em casa.

Na China, o governo afirmou que as medidas para restringir os deslocamentos, sobretudo o isolamento de mais de 50 milhões de pessoas em Hubei, começam a dar frutos.

"Os resultados mostram que nossos esforços para frear (a epidemia) funcionam", afirmou o ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi.

"As medidas firmes da China permitiram conter a propagação do vírus no país e em outras partes do mundo", completou Wang durante um encontro de ministros do sudeste da Ásia.

O número de novos contágios na China caiu pelo quarto dia consecutivo. E mais de 16.000 pacientes estão curados, de acordo com números oficiais.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou na quarta-feira que "ainda é muito cedo" para falar de contenção do vírus, mas insistiu em que aconteceram "enormes progressos em pouco tempo".

- 17 toneladas de material médico -Em função das medidas de isolamento, milhões de chineses devem permanecer em suas casas.

Em Hubei e sua capital, Wuhan (11 milhões de habitantes), as restrições são ainda mais drásticas: está proibida qualquer entrada, ou saída, exceto para os produtos de primeira necessidade.

Diante da situação, muitos países organizam operações para repatriar seus cidadãos.

A França enviou mais um avião para repatriar europeus. A aeronave também transporta 17 toneladas de material médico para os profissionais da área da saúde.

Enquanto a China elogia o progresso de sua luta contra a epidemia COVID-19, o governo do Japão é alvo de duras críticas pelas medidas de quarentena no cruzeiro "Diamond Princess".

Nesta quinta-feira, o Ministério da Saúde anunciou 13 novos contágios no navio, o que eleva o número de pessoas infectadas para 634, a maior quantidade de casos em apenas um lugar fora da China.

Um deles é um chileno de 45 anos que "durante o fim de semana apresentou um quadro de infecção respiratória aguda com febre alta e dores musculares", informou em nota o Ministério da Saúde do Chile.

Outros passageiros deixaram o navio nesta quinta-feira.

Alvo de críticas por sua gestão da epidemia, o Ministério da Saúde afirmou que consultou especialistas sobre a "maneira apropriada de controlar a infecção a bordo do navio".

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