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Dois repórteres do WSJ são expulsos da China após um título considerado racista

24/02/2020 11h31

Pequim, 24 Fev 2020 (AFP) - Dois repórteres do Wall Street Journal (WSJ) deixaram a China nesta segunda-feira após uma medida de expulsão, represália por um título no jornal americano considerado racista pelo governo chinês.

O americano Josh Chin e o australiano Philip Wen saíram do aeroporto de Pequim a bordo de um voo para Tóquio. O governo chinês anunciou na quarta-feira o prazo de cinco dias para que deixassem o país.

Outra jornalista, Chao Deng, está sujeita à mesma medida, mas atualmente se encontra em Wuhan, cidade epicentro da epidemia de pneumonia viral, de onde não pode sair por conta da quarentena, informou o jornal à AFP.

O governo chinês reagiu mal a um artigo publicado em 3 de fevereiro no WSJ, em meio à epidemia do coronavírus, e intitulado "A China é o verdadeiro homem doente da Ásia".

A expressão "homem doente da Ásia" surgiu no século XIX para descrever a China na época colonial e é considerada ofensiva no país.

Este título está marcado pela "discriminação racial", denunciou na quarta-feira o ministério das Relações Exteriores da China, que criticou o Wall Street Journal por não apresentar um pedido de desculpas.

Portanto, o governo chinês retirou dos três jornalistas a carta de imprensa que condiciona sua permanência na China.

O Clube dos Correspondentes Estrangeiros na China condenou as expulsões e considera a medida "uma tentativa manifesta das autoridades de intimidar a imprensa estrangeira".