Banco Mundial lança plano de ação para países fragilizados por conflitos
Washington, 27 Fev 2020 (AFP) - O Banco Mundial lançou um programa de ação voltado para os países atualmente afetados por conflitos e violência, particularmente na África, Oriente Médio e Norte da África, que se tornaram o foco de uma extrema pobreza desenfreada.
Há uma necessidade urgente de agir, observa a instituição, no relatório "Estratégia para a Fragilidade, Conflito e Violência (FCV)", publicado nesta quinta-feira (27).
Segundo o informe, décadas de avanço na luta contra a pobreza se encontram agora ameaçadas nesses países, cujo êxodo populacional também está enfraquecendo os países vizinhos.
"Nossa mensagem é clara: a pobreza está aumentando nesses países. Traremos mais financiamento, mas também aumentaremos nossa eficiência no terreno e tentaremos ter uma abordagem mais sutil e mais apropriada, de acordo com os tipos de fragilidade específicos de cada país", disse à AFP o diretor desse programa estratégico, Franck Bousquet.
"A estratégia possibilita a criação de um programa de ação que visa a aumentar nossa eficiência no campo, por meio de quatro componentes diferentes" - em particular, colocando mais funcionários no campo, continuou Bousquet.
Esse plano quinquenal acompanha "um aumento significativo do nosso financiamento (dedicado a essa questão de fragilidade, conflito e violência) da ordem de cerca de US$ 18,7 bilhões, o que representa um aumento de 30% nesses países", relatou.
Nas últimas três décadas, os conflitos violentos aumentaram a ponto de drenar 80% das necessidades humanitárias, observa o Banco Mundial.
Mais de 70 milhões de pessoas foram deslocadas, elevando o número de refugiados para quase 26 milhões, informou a instituição.
Se nada for feito, até 2030, pelo menos dois terços das pessoas extremamente pobres do mundo viverão em países frágeis e afetados por conflitos.
É essa tendência que a estratégia quer reverter.
Este programa visa não apenas aos países de baixa renda, mas também os de renda média.
"As situações frágeis e afetadas por conflitos pesam muito sobre o capital humano, criando ciclos viciosos que reduzem a produtividade e a renda das pessoas", afirmam os autores do relatório.
Uma em cada cinco pessoas nesses países é privada de dinheiro, educação e infraestrutura básica, simultaneamente.
E o Banco acrescenta que deseja continuar fornecendo recursos, inclusive durante o decorrer do conflito.
Um dos desafios para o Banco Mundial é intervir o mais rápido possível, e "não quando houver um acordo de paz, ou de reconstrução", comentou Franck Bousquet.
"Também estamos trabalhando na prevenção de conflitos violentos, ajudando os Estados, porque sabemos que 1 dólar investido em prevenção economiza 16 dólares depois", conclui.
Dt/vog/pcm/mr/tt
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