Papa recebe primeiro-ministro italiano
Cidade do Vaticano, 30 Mar 2020 (AFP) - O papa Francisco recebeu nesta segunda-feira no Vaticano o chefe de governo italiano, Giuseppe Conte, um gesto significativo de proximidade a um dos países mais atingidos pela pandemia de coronavírus, informou a Santa Sé.
Em imagens divulgadas pelo Vaticano, o pontífice é visto conversando à distância com o primeiro-ministro, sentado ao redor da mesa de estudo do papa no palácio apostólico.
Sem aperto de mão, o papa falou por quase uma hora com o governante italiano em um momento extremamente delicado, quando a Itália registra mais de 10.000 mortes pelo vírus e inicia sua quarta semana de confinamento.
O Vaticano, que também aplica as medidas de segurança decididas na Itália para conter o contágio, anunciou no sábado seis casos de COVID-19 entre seus funcionários, mas explicou que nem o papa nem seus colaboradores mais próximos foram infectados.
Em várias ocasiões, o pontífice argentino expressou seu apoio "às autoridades que devem tomar medidas tão difíceis para o nosso bem".
No domingo, o papa pediu, junto a Antonio Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, "um cessar-fogo imediato e global" diante da pandemia de coronavírus.
"Que o esforço conjunto contra a pandemia COVID-19 nos faça reconhecer nossa necessidade de fortalecer os laços fraternos", disse o papa após o Angelus dominical.
O pontífice exortou os chefes de Estado e de Governo a alcançar um "compromisso" de superar as rivalidades através do diálogo e enfrentar conjuntamente a pandemia.
Um claro apoio a Conte, que batalha para que a União Europeia enfrente conjuntamente uma solução para a crise do coronavírus, apesar da oposição da Holanda e da Alemanha, um desafio que ele considera que coloca em risco o futuro da instituição.
"Neste momento na Europa, está sendo disputado um jogo histórico", reconheceu Conte em entrevista ao jornal espanhol El País.
"E realmente espero, com um espírito fortemente pró-europeu, que saiba como superar essa situação. Se não conseguir... Veja, estamos limitando os direitos constitucionais de nossos cidadãos e a Europa deve reagir, evitando erros trágicos", alertou.
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