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Parlamentares latino-americanos solicitam ações de segurança alimentar para os mais vulneráveis

01/04/2020 18h52

Santiago, 1 Abr 2020 (AFP) - Manter as cadeias de produção e de abastecimento de alimentos é imprescindível para assegurar a alimentação das áreas mais vulneráveis da região diante da expansão do novo coronavírus, manifestou nesta quarta-feira (1) a Frente Parlamentar contra a Fome na América Latina e no Caribe.

Os mais de 500 parlamentares de 20 países que integram a frente manifestaram a necessidade de "cuidar para que as cadeias de produção, transformação e abastecimento de alimentos se mantenham vivas", em comunicado divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em sua sede regional em Santiago.

O coronavírus mantém uma crescente expansão na América Latina, onde deixou mais de 20.000 infectados e 538 mortos até esta quarta-feira.

"Não podemos abrir a porta à escassez", acrescentou a nota.

Os parlamentares pediram para evitar o acúmulo e o desperdício de alimentos, e qualificaram como "crucial" que os países da região coloquem em prática medidas de emergência alimentar orientadas às regiões com maior vulnerabilidade, especialmente por causa das crianças, idosos e aqueles de baixa renda.

A pandemia atual levou os governos latino-americanos a tomarem medidas como o confinamento, que provocariam na população um quadro no qual pode agravar a alta prevalência de sobrepeso e obesidade já existente na região, segundo os políticos.

"O confinamento e o distanciamento social podem levar os hábitos a piorarem e aumentar o consumo de alimentos menos saudáveis", acrescentaram.

Diante disso, os parlamentares pediram uma maior proteção à agricultura familiar e a pensar em alternativas para os pequenos produtores para que possam, considerando todas as normas sanitárias, fornecer alimentos frescos e nutritivos à população latino-americana.

Na América Latina, cerca de 85 milhões de crianças se alimentam nas escolas e para aproximadamente 10 milhões esse benefício constitui a única fonte de alimentação segura que recebem por dia.

No entanto, 42,5 milhões de latino-americanos e caribenhos não contam com os nutrientes necessários para levar uma vida sã e ativa, segundo a FAO.

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