Topo

Grupo Lima apoia plano de governo de transição dos EUA para Venezuela

02/04/2020 22h58

Lima, 3 Abr 2020 (AFP) - O Grupo Lima apoiou nesta quinta-feira a proposta dos Estados Unidos sobre a formação de um governo de transição na Venezuela, onde a crise foi exacerbada pelo novo coronavírus, informou o Ministério das Relações Exteriores do Peru.

"Também apreciamos a importante proposta dos Estados Unidos da América para a transição democrática na Venezuela, para a formação de um governo de transição", diz uma declaração assinada por 11 países, mais o líder da oposição Juan Guaidó, a quem o Grupo reconhece como presidente interino da Venezuela.

Os Estados Unidos propuseram na terça-feira um plano para suspender as sanções contra a Venezuela diante da crescente crise, em troca, o presidente Nicolás Maduro e Guaidó devem aceitar um governo de transição que não os inclui.

Em Caracas, Guaidó endossou imediatamente a proposta, muito semelhante à proposta feita pela oposição em negociações fracassadas mediadas pela Noruega no ano passado, mas rejeitada pelo governo de Nicolás Maduro.

"Apoiamos a proposta do presidente interino Juan Guaidó, da Assembleia Nacional da Venezuela, de constituir um governo nacional de emergência que inclua todos os setores políticos e sociais do país", afirmou o Grupo Lima.

O Grupo também reiterou seu apelo à comunidade internacional para "enviar uma mensagem clara e inequívoca para encerrar a crise sofrida pelo povo venezuelano, que foi agravada nas últimas semanas pela pandemia da Covid-19".

A declaração divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores do Peru foi assinada pela Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai e Peru, além de Guaidó, que 60 países reconhecem como o legítimo presidente de seu país.

A proposta americana "coincide com o objetivo do Grupo Lima de garantir um retorno à democracia na Venezuela, realizando eleições presidenciais e parlamentares livres, justas e transparentes", disse o Grupo, criado por uma iniciativa peruana em agosto de 2017 para buscar uma saída pacífica da crise venezuelana.

O comunicado não menciona a vasta operação antidrogas no Caribe que Washington lançou nesta quarta-feira com o objetivo de combater o regime Maduro, dias depois de acusá-lo de "narcoterrorismo" e oferecer uma recompensa de 15 milhões de dólares para detê-lo.

fj/yow/lca