UE expressa preocupação com medidas de emergência na Hungria
Bruxelas, 2 Abr 2020 (AFP) - A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, expressou nesta quinta-feira (2) sua preocupação com a situação na Hungria após a adoção de medidas especiais para enfrentar a crise do coronavírus.
"Os Estados membros devem adotar medidas de emergência para enfrentar a crise de saúde imediata, mas me preocupa que algumas medidas tenham ido longe demais", disse Von der Leyen.
A presidente do Executivo comunitário afirmou que está "especialmente preocupada com a situação na Hungria".
"Adotaremos medidas, se necessário, como fizemos no passado", completou.
O primeiro-ministro húngaro, o populista Viktor Orban, recebeu autorização do Parlamento para governar por decreto sob um estado de emergência de duração indeterminada pelo coronavírus.
A polêmica lei prevê até cinco anos de prisão pela divulgação de "notícias falsas" sobre o vírus ou sobre as medidas do governo e ampliar o estado de emergência sem necessidade de aprovação parlamentar.
As medidas provocaram o sinal de alarme na UE, ainda mais quando Orban está no alvo das instituições e dos sócios europeus por suas controversas políticas sobre migração ou meios de comunicação.
Na quarta-feira, 14 países europeus, entre eles França, Alemanha e Espanha, expressaram preocupação com o "risco de violações dos princípios do Estado de direito, da democracia e dos direitos fundamentais".
O descontentamento chegou inclusive a seu grupo político europeu, o direitista Partido Popular Europeu (PPE), cujo presidente, Donald Tusk, criticou as medidas decretadas por Budapeste.
A pedido da Eurocâmara, em 2018, a UE iniciou contra a Hungria o complexo procedimento conhecido como Artigo 7 que, a longo prazo, pode levar à suspensão do direito a voto do país dentro da UE.
A mesa do Parlamento Europeu e os líderes dos grupos políticos instaram seu presidente David Sassoli a pedir novamente à Comissão que finalmente ative o Artigo 7.
"Orban cruzou todas as linhas vermelhas. A Hungria está se tornando a primeira ditadura da União Europeia e não a aceitaremos", alertou ontem o líder dos social-democratas, Iratxe García.
Nesta quinta, a Hungria denunciou uma "caça às bruxas" e uma "campanha de difamação" contra o seu país pelas medidas especiais do governo contra o coronavírus.
"Somos objeto de uma caça política às bruxas e de uma campanha coordenada de insultos nos meios de comunicação", denunciou um porta-voz do governo, Zoltan Kovacs, em um vídeo postado no Twitter.
tjc/af/fp/mr
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.