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Venezuela diz que mais de 2.000 migrantes voltaram por pandemia em 48 horas

07/04/2020 18h32

Caracas, 7 Abr 2020 (AFP) - Mais de 2.000 migrantes venezuelanos voltaram a seu país nos últimos dois dias através da Colômbia. O regresso de outros milhares é esperado em meio a crise socioeconômica causada pela pandemia de COVID-19, afirmou nesta terça-feira (7) um influente líder do governo chavista.

"Nas últimas 48 horas, depois de decretada a quarentena de todos os que entraram pela Colômbia, 2.135 venezuelanos regressaram", disse Freddy Bernal, autoridade designada pelo presidente Nicolás Maduro para Táchira, estado de fronteira com a cidade colombiana de Cúcuta.

Bernal enfatizou que se espera uma "avalanche" de retornos, em declarações transmitidas pela televisão do governo.

Também indicou que entre 3.000 e 5.000 retornam do Peru e Equador atravessando a Colômbia e informou que um corredor humanitário foi aberto para que os venezuelanos possam entrar em seu país.

A Colômbia recebeu quase 2 milhões de venezuelanos dos 4,9 milhões que saíram desde o final de 2015, impulsionados pela pior crise da antiga potência do petróleo em sua história recente, segundo a ONU.

"Eles estão indo em direção à fronteira e estamos nos preparando para a chegada dessa avalanche humana com toda uma infraestrutura", disse Bernal.

As pessoas que retornaram foram localizadas em oito pontos de "assistência social integral" em escolas de San Antonio del Táchira, na fronteira com a Colômbia.

Uma vez no país, eles passam por um processo de "triagem" para a COVID-19 e "ficam em quarentena por 15 dias", destacou o líder oficial.

Desde 13 de março, o país registrou 165 casos de coronavírus e sete mortes.

Os venezuelanos, que foram forçados a sair pela derrocada da economia e estão retornando devido à pandemia, enfrentam um "protocolo" que inclui "desinfecção com hipoclorito", controle de temperatura e teste rápido para descartar a COVID-19.

Maduro, que estima que 15 mil pessoas chegarão nas próximas semanas ao longo da fronteira colombiana, apontou que os migrantes sofreram "maus tratos" e "xenofobia", Também garantiu que ao ingressarem na Venezuela recebem atendimento médico "gratuito".

Um toque de recolher noturno foi decretado na segunda-feira nas cidades onde estão as duas principais passagens de fronteira com a Colômbia, alegando que grupos violentos tentam atravessá-las, misturando-se aos venezuelanos que retornam devido à pandemia.

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