OPAS pede a América Latina e Caribe mais leitos de UTI para COVID-19
Washington, 14 Abr 2020 (AFP) - A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) pediu nesta terça-feira (14) aos países da América Latina e do Caribe que ampliem sua capacidade de tratamento intensivo para lidar com a pandemia da COVID-19, alertando para um possível aumento rápido de hospitalizações e mortes na região.
"Interromper o distanciamento social recomendado muito cedo pode ter o efeito oposto e levar a uma segunda onda de casos da Covid-19, espalhando sofrimento e incerteza socioeconômica a longo prazo na região das Américas", afirmou a diretora do organismo, Carissa Etienne.
O novo coronavírus causou pelo menos 3.001 mortes e 70.737 infectados na América Latina e no Caribe, a grande maioria no Brasil, segundo uma contagem da AFP divulgada às 16H00 de Brasília, com base em informações oficiais.
Mas a OPAS, escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), espera que a situação piore nas próximas semanas na América Latina e no Caribe, aumentando a necessidade de atendimento em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
"No curto prazo, há uma grande necessidade de expandir a capacidade das UTIs na região", disse Etienne.
Ela acrescentou que a questão do fornecimento e gerenciamento de cuidados intensivos para atender a COVID-19 foi discutida esta manhã com especialistas da China e da Espanha, em videoconferência com os ministros da saúde da região.
Neste encontro, os especialistas da OPAS destacaram a importância do distanciamento social, não apenas para proteger a população em geral, mas para impedir o colapso dos serviços de saúde.
A longo prazo, Etienne pediu aos países para planejarem o acesso aos medicamentos e vacinas que estão sendo desenvolvidos para garantir que as comunidades mais vulneráveis os recebam.
A diretora da OPAS elogiou a iniciativa do presidente da Costa Rica, Carlos Alvarado Quesada, de que a OMS estabeleça um "grupo de patentes" para garantir acesso equitativo aos principais suprimentos médicos para enfrentar a doença e outras futuras pandemias.
Etienne também pediu aos países que "acelerem e ampliem" os testes para detectar o novo coronavírus, fator "chave" para antecipar a resposta à pandemia.
Sylvain Aldighieri, vice-diretor do Programa de Emergência da Opas, disse que desde janeiro a agência fornece mais de 500.000 testes de PCR para a detecção do novo coronavírus em 36 países e territórios da região.
Ele anunciou que na próxima semana serão enviados mais 1,5 milhão, e até o final de abril serão adicionados mais 3 milhões de testes de PCR, além dos reagentes, com o objetivo de fortalecer a rede de vigilância.
Além disso, Aldighieri acrescentou que a Opas está trabalhando "de perto" com os produtores para expandir as opções dos países.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse nesta terça-feira que a paralisação da economia mundial causará uma recessão global este ano, que atingirá os Estados Unidos e será brutal para os países latino-americanos.
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