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ONU pede doação de US$ 4,7 bi para ampliar fundos no combate à pandemia

07/05/2020 16h23

Nações Unidas, Estados Unidos, 7 Mai 2020 (AFP) - As Nações Unidas fizeram nesta quinta-feira (7) um novo pedido com o fim de arrecadar 4,7 bilhões de dólares em fundos adicionais que serão destinados a "proteger milhões de vidas e deter a propagação do coronavírus nos países frágeis".

O dinheiro solicitado se soma aos 2 bilhões de dólares que a ONU pediu ao lançar seu plano global de resposta humanitária, em 25 de março. Até agora, recebeu aproximadamente metade deste dinheiro.

"Gostaria de ver algumas das pessoas mais ricas do mundo, que ganham dinheiro neste momento, dar um passo à frente e ser generosas", disse David Beasley, diretor do Programa Mundial de Alimentos da ONU por videoconferência.

Beasley pediu às pessoas e empresas mais ricas do mundo a fazerem o gesto, pois "se o fizerem, todos nos beneficiaremos... Se não o fizerem, todos terão que pagar um preço".

"Os efeitos mais devastadores e desestabilizadores" da nova pandemia do novo coronavírus "serão sentidos nos países mais pobres do mundo", disse o secretário-geral da ONU para assuntos humanitários, Mark Lowcock, em um comunicado.

"A menos que tomemos medidas agora, devemos estar preparados para um aumento significativo dos conflitos, da fome e da pobreza. O espectro de fomes extremas múltiplas se avizinha", advertiu.

Espera-se que o total de 6,7 bilhões de dólares cubra os custos de um plano de resposta humanitária até dezembro, dando prioridade a 20 países, inclusive vários em conflito, como Afeganistão e Síria.

O novo pedido de doações acontece em um momento em que se somam mais nove países à lista: Benin, Djibuti, Libéria, Moçambique, Paquistão, Filipinas, Serra Leoa, Togo e Zimbábue.

Os recursos serão usados para comprar equipamentos médicos, avaliar e tratar os doentes, proporcionar locais para lavar as mãos, lançar campanhas de informação e estabelecer pontes aéreas humanitárias para África, Ásia e América Latina, segundo a ONU.

Outro objetivo é desenvolver novos programas para combater de forma mais eficaz a insegurança alimentar, que está crescendo devido à crise econômica provocada pela pandemia.

"São necessárias medidas extraordinárias", enfatizou Lowcock.

"Peço aos doadores a agir por solidariedade e interesse próprio e fazer com que sua resposta seja proporcional à magnitude do problema que enfrentamos", acrescentou, advertindo para um impacto de longo prazo se os países pobres forem deixados de lado pelas nações ricas.

Segundo estimativas da ONU, espera0se que os contágios por COVID-19 aumentem nos países mais pobres do mundo nos próximos três a seis meses.

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