Topo

Primeiro navio iraniano chega a um porto de refinaria na Venezuela

25/05/2020 11h37

Caracas, 25 Mai 2020 (AFP) - O navio Fortune, primeiro dos cinco navios iranianos que levam gasolina e derivados à Venezuela para produzir combustível, atracou nesta segunda-feira (25) no porto da refinaria El Palito (Carabobo, norte), informou o ministro do Petróleo, Tareck El Aissami.

"Imagens da chegada do primeiro navio 'Fortune' em nossa refinaria El Palito. Continuamos avançando e VENCENDO!!", escreveu no Twitter El Aissami, ao compartilhar imagens do navio petroleiro que tocou as águas venezuelanas na noite de sábado, escoltado por navios da Força Armada Bolivariana da Venezuela (FANB).

Um segundo navio, Forest, entrou no país nesta segunda-feira, informou a Marinha em uma mensagem no Twitter, mostrando imagens captadas de uma embarcação militar que o protege.

"A @ArmadaFANB está escoltando o segundo navio iraniano "FOREST", o qual já se encontra em águas jurisdicionais da República", afirmou.

A chegada ocorre em meio a uma escassez aguda de combustível, agravada durante a quarentena decretada pela pandemia de COVID-19 desde 16 de março.

A Venezuela, em outros tempos, chegou a produzir em suas refinarias 1,3 milhão de barris de combustível por dia.

Em Caracas, diariamente filas de veículos são formadas nos postos de gasolina, onde o combustível é racionado.

Espera-se a chegada de outros três navios: Petunia, Faxon e Clavel. O navio integra uma frota com uma carga de 1,5 milhão de barris de gasolina, de acordo com a imprensa local.

O governo iraniano havia alertado nos dias anteriores que haveria "consequências" caso os Estados Unidos, seu inimigo histórico há mais de 40 anos, impedissem a chegada dos navios na Venezuela.

Ao mesmo tempo, Washington classificou como "preocupante" a amizade entre Irã e Venezuela.

Com a chegada ao poder do falecido presidente venezuelano Hugo Chávez (1999-2013), as relações entre Teerã e Caracas se estreitaram. O Irã expressou repetidamente seu apoio a Nicolás Maduro, seu sucessor, também apoiado pela Rússia, China, Turquia e Cuba.

Estados Unidos busca sufocar Maduro, a quem chama de "ditador", acusando-o de ter sido reeleito em maio de 2018 com votos fraudulentos. O governo americano aplicou uma bateria de sanções econômicas à Venezuela, que incluem um embargo de petróleo em vigor desde abril de 2019.

A produção está em queda livre no país com as maiores reservas de petróleo do mundo, passando de 3,2 milhões de barris por dia há uma década para menos de 700.000 bpd nos dias de hoje.

Especialistas atribuem o colapso da indústria do petróleo a políticas farcassadas, falta de investimento e corrupção.

mbj/lda\aa

Twitter