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Tropas de operações de manutenção da paz diminuem em 2019 (informe)

26/05/2020 22h50

Estocolmo, 27 Mai 2020 (AFP) - O número de missões internacionais de manutenção da paz aumentou sutilmente em 2019, mas os efetivos que participaram delas continuaram diminuindo, segundo um relatório do Instituto Internacional de Estocolmo para a Pesquisa sobre a Paz (SIPRI), que será publicado nesta quarta-feira.

O total de operações multilaterais de paz, tanto dentro quanto fora da ONU, foi de 61 em 2019, ou seja, uma a mais que no ano anterior, destacou o informe.

No entanto, o número de soldados, policiais e pessoal civil que participaram delas caiu 4,8%.

Este é o quarto ano consecutivo de diminuição, consequência da redução ou do fim de várias operações importantes de manutenção da paz das Nações Unidas.

"A ONU continua tendo o mesmo número de operações, mas as novas são menores e são principalmente missões políticas", explicou à AFP Jair van der Lijn, diretor do Programa de Operações de Paz e Gestão de Conflitos.

Na África subsaariana, o número de efetivos caiu 5,8%, embora a região conte com 71% do total do pessoal deslocado nas operações de paz.

A diminuição geral do número de efetivos se deve a vários motivos.

Algumas das maiores operações estão chegando ao fim, como as missões da ONU na República Democrática do Congo (MINUSCO) e em Darfur (MINUAD).

"Embora as situações não sejam completamente estáveis, melhoraram sem dúvida em comparação com o que eram", explicou Van der Lijn.

Além disso, o Conselho de Segurança da ONU é "menos inclinado a deslocar novas grandes operações", disse, citando zonas de guerra como Síria, Iêmen e Líbia para as quais poderia ter avaliado lançar operações de manutenção da paz.

Esta falta de vontade pode se dever tanto aos membros do Conselho de Segurança, em particular os Estados Unidos, que querem economizar dinheiro, como à sensação de que as operações de manutenção de paz não são eficazes.

Com a redução de efetivos na África subsaariana, a atenção se deslocou ligeiramente para o Oriente Médio e o norte da África, as únicas regiões que experimentaram um aumento de 4,7% no pessoal deslocado.

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