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Ataques atribuídos aos talibãs matam 14 membros das forças de segurança afegãs

28/05/2020 16h21

Cabul, 28 Mai 2020 (AFP) - Quatorze membros das forças de segurança afegãs morreram nesta quinta-feira (28) em dois ataques atribuídos pelas autoridades aos talibãs, um dia após o fim da trégua de três dias decretada pelos insurgentes, que não confirmaram seu envolvimento nos ataques.

"Os talibãs atacaram um posto de controle das forças de segurança. Incendiaram o local, provocando a morte de cinco deles, e mataram outros dois", disse à AFP Husain Shah, chefe de polícia do distrito de Seyagird, local do ataque.

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"Os talibãs também sofreram baixas", afirmou o porta-voz do governo provincial, Wahida Shahkar.

Na cidade de Farah (oeste), "os talibãs executaram um ataque contra uma delegacia que matou sete policiais", declarou à AFP Mohibullah Mohib, porta-voz das forças de segurança da província.

"Oito talibãs também morreram no ataque, que durou meia hora", completou.

Os talibãs não confirmaram o envolvimento nos ataques, que aconteceram um dia após o fim do cessar-fogo de três dias anunciado pelos insurgentes por ocasião do fim do Ramadã e que foi respeitado entre domingo e terça-feira.

De acordo com a Comissão Afegã Independente de Direitos Humanos, o número de vítimas civis caiu 80% durante a trégua e passou de 30 para seis mortos e feridos por dia em média.

Com o fim da trégua, porém, a violência voltou.

O Exército afegão bombardeou e executou um ataque terrestre na província de Zabul, sul do país, contra "inimigos" que atacaram um comboio logístico, segundo o porta-voz da polícia local, Lal Mohammad Amiri. Dezoito insurgentes faleceram, e três crianças ficaram feridas.

Entre segunda e terça-feiras, as autoridades afegãs libertaram quase 1.000 presos talibãs com a esperança de que o cessar-fogo fosse prorrogado. Os insurgentes ainda não se manifestaram oficialmente sobre a questão.

Uma delegação talibã visitou Cabul para discutir a troca de presos com autoridades, informou à AFP o porta-voz do Conselho Nacional de Segurança, Javid Faisal.

A informação foi confirmada por Suhail Shaheen, porta-voz dos insurgentes, no Twitter.

Nesta quinta, oitenta policiais e soldados afegãos foram liberados no norte do país pelos insurgentes, acrescentou Shaheen.

As trocas de prisioneiros, de até 5.000 talibãs contra 1.000 membros das forças de segurança afegãs, estavam previstas no acordo assinado entre Estados Unidos e os talibãs no fim de fevereiro em Doha.

O pacto não chegou a ser ratificado pelo governo de Cabul.

O texto prevê a retirada das tropas estrangeiras do Afeganistão em um prazo de 14 meses em troca de garantias de segurança para os insurgentes.

A grande troca de presos, cheia de obstáculos, tem atrasado.

Cabul, antes do cessar-fogo, tinha aumentado o número para a liberação de mil prisioneiros, enquanto os talibãs liberaram apenas 300.

Trata-se do primeiro cessar-fogo por iniciativa talibã desde que uma coalisão internacional, liderada pelos EUA, os retirou do poder em 2001.

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