Topo

Esse conteúdo é antigo

Secretaria-Geral da OEA alerta para a presença do Irã na região

Imagem da bandeira do Irã em Boston, nos Estados Unidos - Jonathan Wiggs/The Boston Globe via Getty Images
Imagem da bandeira do Irã em Boston, nos Estados Unidos Imagem: Jonathan Wiggs/The Boston Globe via Getty Images

em Washington (EUA)

29/05/2020 22h18

A Secretaria-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), liderada pelo uruguaio Luis Almagro, alertou hoje o que considera uma presença "séria" do Irã na região, exortando os países a "estarem alertas".

Em um comunicado sobre a acusação —apresentada esta semana pelo Ministério Público de Nova York contra o ex-funcionário do governo venezuelano Adel El Zabayar—, o gabinete de Almagro apontou os laços de Caracas com Teerã e acusou a República Islâmica de ser uma "ameaça à paz" e segurança".

El Zabayar foi indiciado anteontem pela promotoria do sul de Manhattan por tráfico de drogas, tráfico de cocaína e uso e porte de armas de fogo em nome do Cartel de los Soles, supostamente composto por membros do governo venezuelano.

Segundo os promotores, El Zabayar foi contratado pelas autoridades venezuelanas para recrutar membros do Hezbollah e do Hamas para serem treinados em campos clandestinos na Venezuela.

O secretariado da OEA disse que as acusações contra o ex-deputado são "evidências" do "envolvimento do regime fundamentalista do Irã com a ditadura de Maduro em aliança com organizações terroristas regionais e extra regionais".

"Isso é especialmente preocupante à luz da crescente presença de navios iranianos na Venezuela e no mar do Caribe", afirmou.

Cinco navios com suprimentos de gasolina e petróleo foram enviados à Venezuela pelo Irã em meio a tensões com os Estados Unidos, que expressaram "preocupação" com as relações cada vez mais próximas de Caracas com Teerã. Três embarcações já chegaram.

A declaração lembrou o ataque contra a entidade judaica AMIA em Buenos Aires em 1994, que atribuiu ao "terrorismo fundamentalista" e pelo qual afirmou que "os responsáveis permanecem impunes, dado que o regime iraniano se recusou a cooperar com o sistema de justiça argentino".

Almagro pediu à OEA que designasse o Hezbollah como um "grupo terrorista" em julho passado, no 25º aniversário do atentado na capital argentina.

"Teerã continua sendo uma séria ameaça à paz e segurança" na região, aponta o comunicado.

"A Secretaria-Geral da OEA pede que governos da região permaneçam alertas perante essa grave situação", concluiu.