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Direita e extrema direita exigem renúncia do governo na Itália

02/06/2020 11h46

Roma, 2 Jun 2020 (AFP) - Liderados por Matteo Salvini, políticos de direita e de extrema direita se reuniram na Itália com centenas de ativistas, nesta terça-feira (2), para exigir a renúncia do governo.

Esta demonstração é "um gesto simbólico para fazer ouvir a voz dos cidadãos que não se entregam, dos que exigem uma burocracia reduzida a nada, um ano de paz fiscal e uma redução de 15% nos impostos e uma verdadeira reforma da Justiça", alertou Salvini no Facebook.

Em meio à proibição de encontros multitudinários, devido a medidas sanitárias, cerca de 1.000 pessoas seguraram uma bandeira italiana de 500 metros na Via del Corso, a artéria central de Roma que conduz à Piazza del Popolo.

Anunciada como uma manifestação silenciosa em respeito ao distanciamento social e realizada em um feriado nacional, o ato rapidamente se transformou em uma marcha precedida por Salvini; por Giorgia Meloni, presidente de outro partido de extrema direita, o Fratelli d'Italia; e por Antonio Tajani, número dois da Forza Italia, partido de direita de Silvio Berlusconi.

Este é a primeira participação pública de Salvini em uma concentração, desde que a pandemia no novo coronavírus começou a castigar o país em meados de fevereiro.

De acordo com uma pesquisa divulgada pela agência de notícias local AGI, juntos, os três partidos têm 47% das intenções de voto, em comparação com 36% da maioria do governo formada pelo Partido Democrata e pelo Movimento 5 Estrelas (M5E, antissistema).

"Há uma necessidade de dinheiro imediato para os italianos, enquanto nos prometem o fundo de recuperação para 2021", disse Salvini à imprensa, referindo-se a um plano europeu para enfrentar a crise econômica causada pela pandemia.

Particularmente afetada pela COVID-19, com quase 33.500 mortes, a Itália será a principal beneficiária deste plano.

"Estamos aqui em nome dos italianos esquecidos nestes últimos meses, vítimas de discriminação. Existe um preconceito contra o setor privado, trabalhadores autônomos. Não pode haver trabalhadores italianos esquecidos", acrescentou.

Salvini também disse que se opôs à decisão do governo de conceder aos migrantes uma permissão de residência temporária para que trabalhem no setor agrícola.

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