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Del Toro pede justiça para mexicano morto supostamente pelas mãos de policiais

04/06/2020 20h01

México, 4 Jun 2020 (AFP) - O premiado cineasta mexicano Guillermo del Toro expressou sua indignação nesta quinta-feira pela morte de um homem depois de ter sido detido pela polícia no estado de Jalisco (oeste), supostamente por não ter cumprido as medidas para evitar contágio por COVID-19.

A morte de Giovanni López, 30, ocorreu no início de maio na cidade de Ixtlahuacán, mas seus familiares relataram o caso apenas nesta semana.

"Por mais de um mês, não há respostas, não há detenções. Não é abuso de autoridade (...) O absurdo - a loucura absoluta - é que um assassinato ocorre em nome de um problema de saúde pública", escreveu Del Toro na sua conta do Twitter.

Um protesto foi convocado nesta quinta-feira em Guadalajara para exigir punição dos responsáveis.

O Ministério Público informou que está investigando a morte de López, que, segundo o que ele disse, havia sido detido pela polícia municipal por uma "falha administrativa" e não porque ele não estava usando máscara.

"Ele foi preso por má conduta administrativa porque foi agressivo contra a autoridade sob a influência de alguma substância", disse Macedonio Tamez, coordenador geral de segurança de Jalisco, em entrevista coletiva.

A procuradoria esclareceu que López havia morreu devido a golpes da polícia municipal, e não por ferimentos com arma de fogo.

O governador de Jalisco, Enrique Alfaro, garantiu que os culpados serão punidos.

O vencedor do Oscar em 2018 por "A forma da água" já havia criticado o governo de Jalisco, seu estado natal, em abril por supostos abusos cometidos pela autoridade policial contra cidadãos sob o pretexto de não usar máscaras para impedir a propagação da COVID 19.

Um vídeo gravado por um irmão do falecido, transmitido nas redes sociais, mostra a prisão de López. Na gravação, uma mulher questiona se o motivo é porque ela não estava usando uma máscara.

A família informou que o prefeito local, Eduardo Cervantes, lhes ofereceu 200.000 pesos (cerca de Rs$ 45.000) para que não compartilhassem o vídeo, o que ele negou.

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