Intervenção estrangeira é 'a última coisa que a Líbia precisa', diz ONU
Nações Unidas, Estados Unidos, 23 Jun 2020 (AFP) - A Organização das Nações Unidas (ONU) informou nesta segunda-feira (22) que "a última coisa que a Líbia precisa é de um aumento no conflito em seu território, depois que o Egito ameaçou fazer uma intervenção militar no país vizinho.
"Está claro que a última coisa que a Líbia precisa agora é de mais combates, mais mobilização militar, mais transferência de armas, mais presença de combatentes e mercenários estrangeiros em suas terras", disse Stephane Dujarric, porta-voz da ONU, durante entrevista coletiva.
"Estamos alarmados com a contínua mobilização militar na região central da Líbia, particularmente em Sirte", e com as "violações flagrantes do embargo às armas", acrescentou Dujarric.
A porta-voz também declarou que considera "importante" que "nenhum dos lados" realize ações que possam piorar a situação.
A Líbia, um país rico em campos de petróleo, está em caos e violência desde a morte em 2011 do ditador Muammar Kadhafi, durante uma revolta popular apoiada pelos países ocidentais.
Milícias tribais, jihadistas e mercenários se enfrentam em seu território, em uma guerra em constante mudança que ganhou complexidade com a crescente presença de atores internacionais.
Desde 2015, o Governo da União Nacional (GNA), com sede em Trípoli e reconhecido pela ONU, enfrenta o marechal Khalifa Haftar, um homem forte da região leste do país.
Haftar tenta, sem sucesso, assumir o controle da capital desde abril de 2019, com o apoio dos vizinhos Egito, Rússia e Emirados Árabes Unidos.
No sábado, o presidente egípcio Abdel Fatah al Sisi alertou que qualquer avanço das forças pró-GNA em direção a Sirte (450 km a leste de Trípoli) poderia levar à intervenção "direta" do Cairo.
O GNA, enquanto isso, denunciou as ameaças do Egito no domingo como uma "declaração de guerra".
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