Rússia condena dois militantes de extrema esquerda

São Petersburgo, 22 Jun 2020 (AFP) - Um tribunal militar de São Petersburgo condenou nesta segunda-feira dois militantes de extrema esquerda a sete e cinco anos e meio de prisão por "participação em uma organização terrorista", um caso denunciado por defensores dos direitos humanos.

A polícia anunciou a detenção de 20 manifestantes que apoiavam os acusados.

Os dois homens, de 28 e 25 anos, teriam participado, segundo os serviços de inteligência russos, de uma organização chamada "Red", que previa um levante durante as eleições presidenciais de 2018 na Rússia e ataques durante a última Copa do Mundo de futebol.

Seus seguidores denunciam um caso sem qualquer sustento e acusam as forças de ordem de tê-los torturado.

"Estou certo de que esse assunto foi inventado pelos serviços de inteligência. Não devemos ficar calados", disse um manifestante de 21 anos de idade, que veio à porta do tribunal para mostrar sua solidariedade.

Tatiana Kopylova, mãe de um dos condenados, disse que as evidências e confissões "foram obtidas através de tortura (...) porque (os acusados) não queriam morrer".

Em fevereiro, um tribunal na cidade russa de Penza (centro) condenou, neste mesmo caso, sete outros jovens a penas entre seis e 18 anos de prisão por preparar atos terroristas, posse ilegal de armas ou tentativa de tráfico de drogas.

As condenações dos críticos do governo russo provocaram uma onda de indignação na Rússia. Em março, mais de 50 pessoas foram detidas em uma manifestação na sede dos serviços de inteligência em Moscou, onde essas prisões foram justamente denunciadas.

Petições assinadas por advogados, intelectuais e professores pediram a libertação desses acusados.

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