Democratas pedem informação à Inteligência dos EUA sobre ataques no Afeganistão
Washington, 29 Jun 2020 (AFP) - Líderes democratas do Congresso americano pediram nesta segunda-feira (29) aos diretores de inteligência locais que informem os parlamentares sobre possíveis bônus pagos por Moscou a insurgentes para matar soldados ocidentais no Afeganistão, provocando a reação do governo.
A porta-voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany, disse à Fox News que ocorreria "hoje uma sessão informativa", sem entrar em detalhes sobre a mesma.
"Acredito que isso esclarecerá bastante as falsas informações provenientes do New York Times", acrescentou.
Mais cedo, a líder dos democratas no Congresso dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, e o líder democrata no Senado, Chuck Schummer, pediram a Gina Haspel, diretora da CIA, e a John Ratcliffe, diretor de Inteligência nacional (DNI), que informassem o Congresso sobre esse assunto.
"O Congresso precisa saber o que a comunidade de Inteligência sabe sobre essa ameaça significativa às tropas americanas e nossos aliados, bem como as opções disponíveis para responsabilizar a Rússia", disse Pelosi em carta à diretora da CIA e ao diretor de inteligência nacional (DNI).
"Precisamos saber se o presidente foi informado ou não, e caso tenha sido, quando (isso ocorreu)", disse a parlamentar.
Pelosi e Schummer não foram convidados à reunião programada na Casa Branca, informaram suas equipes à AFP.
O jornal New York Times, seguido do The Washington Post e do Wall Street Journal reportaram no fim de semana que agentes russos distribuíram dinheiro para combatentes "próximos ao Talibã" para matar soldados dos EUA e da OTAN em missão no Afeganistão.
Citando fontes anônimas da Inteligência americana, as publicações indicaram que as informações teriam sido repassadas ao presidente Donald Trump e discutidas pelo Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca no final de março, sem qualquer reação.
Tanto o governo russo quanto o Talibã negaram a informação.
O presidente americano negou no domingo ter sido informado sobre este assunto e afirmou que seus serviços secretos não consideraram a informação como "confiável".
Já os democratas não veem dessa forma.
"O presidente nega ter sido informado, mas o governo não nega a existência da informação", argumentou Pelosi em sua carta.
Neste sentido, concluiu que "a negativa do presidente em se posicionar contra a Rússia também coloca vidas em perigo na região, enquanto o governo afegão e os Estados Unidos participam de negociações cruciais de paz com o Talibã".
Entre os republicanos aumentam as discussões sobre as acusações divulgadas.
"Se a Inteligência informa que a Rússia ou qualquer outro país está pedindo recompensas (pelas vidas) de militares americanos, então devem ser tratados como países que apoiam o terrorismo", escreveu o senador republicano, Thom Tillis.
Desde o final de março, não houve soldados americanos mortos pelos talibãs, segundo o Pentágono.
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