Topo

Ex-namorada de Jeffrey Epstein comparecerá a audiência na sexta-feira

06/07/2020 14h06

Nova York, 6 Jul 2020 (AFP) - A britânica Ghislaine Maxwell, ex-namorada do falecido Jeffrey Epstein, comparecerá na próxima sexta-feira pela primeira vez diante de um juiz, em Nova York, desde sua prisão e acusação por tráfico sexual de menores.

Após consultar o advogado de Maxell, a promotoria do distrito sul de Nova York marcou a audiência para o dia 10 de julho, segundo documento do sistema judicial.

Os promotores provavelmente pedirão para Maxwell continuar presa, sem possibilidade de fiança. Em um documento divulgado após sua prisão, eles argumentaram que ela apresenta "um risco extremo de fuga".

Nascida na França, educada no Reino Unido e naturalizada americana em 2002, "Maxwell tem três passaportes, grandes quantias de dinheiro, inúmeras conexões internacionais e absolutamente nenhuma razão para permanecer nos Estados Unidos e correr o risco de (receber uma) longa sentença de prisão", ressaltaram os promotores

A ex-namorada de Epstein possui ou está associada a mais de 15 contas bancárias nos Estados Unidos e no exterior. Desde 2016, elas têm um saldo de mais de US$ 20 milhões, segundo os promotores.

Maxwell, de 58 anos, membro do jet set britânico, amiga de alguns membros da família real britânica, como o príncipe Andrew, foi presa na última quinta, em uma propriedade comprada recentemente em dinheiro por ela em Bradford, em New Hampshire, onde se escondia da Justiça.

O escritório da Procuradoria Distrital do Sul, em Nova York, a acusa de seis crimes, por ajudar a recrutar adolescentes para satisfazer os desejos sexuais do americano Jeffrey Epstein e seus amigos ricos e poderosos, e transportá-las para tal a outro estado entre 1994 e 1997, assim como por participar às vezes dos abusos e mentir para a justiça sob juramento.

Se for considerada culpada, ela pode receber uma pena de até 35 anos de prisão e passar o resto de sua vida atrás das grades, de acordo com os promotores.

Maxwell e Epstein tinham "um método": convidavam adolescentes vulneráveis para ir ao cinema ou para fazer compras, quando perguntavam sobre a escola e a família, disse a jornalistas Audrey Strauss, promotora interina do Distrito Sul de Nova York.

"Eles as faziam sentir que tinham uma dívida com Epstein", explicou.

Às vezes Maxwell participava dos abusos de meninas adolescentes - uma delas com apenas 14 anos - por exemplo, em massagens de caráter sexual. Às vezes ela apenas assistia, acrescentou a promotora.

Preso em julho do último ano, Epstein afirmava ser inocente em relação à acusação tráfico sexual de crianças, e cometeu suicídio um mês depois de ser preso, na prisão que estava detido, em Nova York, onde aguardava julgamento. Ele tinha 66 anos.

cat-lbc/ll/bn