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Filhos do ex-presidente panamenho Martinelli são detidos na Guatemala

06/07/2020 19h50

Cidade da Guatemala, 6 Jul 2020 (AFP) - A Guatemala capturou nesta segunda-feira, para fins de extradição, dois filhos do ex-presidente panamenho Ricardo Martinelli (2009-2014), investigados nos Estados Unidos por lavagem de dinheiro, informou o Ministério do Interior.

Luis Enrique e Ricardo Alberto Martinelli Linares, 38 e 48 anos, respectivamente, foram detidos no Aeroporto Internacional La Aurora, na capital da Guatemala, enquanto tentavam embarcar em um voo humanitário privado para o país, informou o ministério em comunicado.

A prisão foi realizada com um mandado de prisão provisória com o objetivo de extradição para os Estados Unidos pelo crime de "conspiração para cometer lavagem de dinheiro".

O ministério não especificou quando ou como os irmãos Martinelli entraram no país.

Os detidos alegaram ter imunidade por serem suplentes do Parlamento Centro-Americano (Parlacen), com sede na Guatemala, pelos períodos de 2019 a 2024. Os dois foram transferidos para os tribunais da capital para esclarecer sua situação.

Os irmãos Martinelli Linares são acusados em seu país de receber propinas milionárias da construtora brasileira Odebrecht para facilitar a burocracia na construção de uma rodovia e na limpeza da Baía do Panamá durante o governo de seu pai.

Segundo as acusações, os filhos de Martinelli teriam recebido seis milhões de dólares da Odebrecht em diferentes empresas entre 2009 e 2010. Mais tarde, teriam recebido quase 50 milhões de dólares por outros serviços à construtora brasileira.

O Ministério Público do Panamá apresentou acusações de lavagem de dinheiro contra o ex-presidente Martinelli em 2 de julho.

O ex-presidente panamenho foi investigado pelo caso New Business, que investiga a compra furante seu mandato de um grupo editorial, supostamente com dinheiro público.

Martinelli foi preso preventivamente por dois anos após ser extraditado em 2018 dos Estados Unidos para enfrentar acusações de espionagem durante seu governo, do qual foi exonerado em 2019.

Martinelli foi mencionado em vários escândalos de corrupção durante seu governo, e uma dúzia de seus ministros foram detidos.

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