Russos e sauditas, primeiros afetados por novas sanções britânicas sobre DH
Londres, 6 Jul 2020 (AFP) - O governo britânico anunciou sanções contra 49 indivíduos e organizações nesta segunda-feira, como parte de um novo mecanismo estabelecido pelo Reino Unido para punir autonomamente as violações dos direitos humanos depois da sua saída da União Europeia em janeiro.
A lista de entidades cujos ativos serão congelados inclui 25 russos acusados da morte do advogado Sergey Magnitsky em 2009 e 20 sauditas suspeitos de envolvimento no assassinato do jornalista Jamal Khashoggi em Istambul em 2018, anunciou o ministro das Relações Exteriores Dominic Raab, ao Parlamento.
Completando a lista estão dois generais birmaneses de alto escalão "implicados na violência sistemática e brutal contra o povo Rohingya e outras minorias étnicas" e "duas organizações envolvidas em trabalho forçado, tortura e assassinato ocorrendo nos gulags da Coreia da Norte", informou a chancelaria.
Com esse novo mecanismo de sanções, as autoridades britânicas pretendem "impedir que pessoas envolvidas em graves violações de direitos humanos entrem no Reino Unido, movimentando dinheiro por nossos bancos e se beneficiando de nossa economia", afirmou Raab.
O mecanismo permitirá que o Reino Unido tenha como alvo pessoas e organizações em todo o mundo, ao contrário do regime convencional de sanções geográficas que apenas atinge um país.
É a primeira vez que Londres impõe sanções por violações de direitos humanos sob um regime exclusivamente britânico, após deixar oficialmente a UE em 31 de janeiro.
Esse novo sistema "permitirá que o Reino Unido trabalhe independentemente com aliados como Estados Unidos, Canadá, Austrália e União Europeia", afirmou Raab.
O regime de sanções britânico será aplicado "àqueles que facilitam, incitam, promovem ou apoiam essas violações, bem como àqueles que se beneficiam financeiramente de violações dos direitos humanos", afirmou o ministério em comunicado.
As sanções podem ter como alvo "aqueles que cometem assassinatos ilegais de jornalistas e trabalhadores da mídia, ou atos motivados por religião ou crença".
A Rússia ameaçou responder às sanções "hostis" de Londres. "A Rússia se reserva o direito de tomar medidas retaliatórias em relação à decisão hostil do Reino Unido", afirmou a embaixada russa na capital britânica em comunicado.
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Mike Pompeo, elogiou o Reino Unido. "Esse regime de sanções marca o início de uma nova era para a política de sanções do Reino Unido e a cooperação entre nossas duas democracias", afirmou Pompeo em comunicado.
acc/mb/cc
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