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Eleições regionais na Galiza e País Basco, em uma Espanha preocupada com a COVID-19

09/07/2020 10h02

Madri, 9 Jul 2020 (AFP) - Galiza e País Basco realizam eleições regionais neste domingo, em meio a uma preocupação crescente com os novos surtos de coronavírus na Espanha.

As duas regiões do norte da Espanha iriam realizar essas eleições em 5 de abril, mas em março seus respectivos presidentes as adiaram devido à rápida propagação da doença, que deixou oficialmente mais de 28.000 mortos no país.

Apesar da suspensão do estado de emergência e das restrições rígidas de circulação no mês passado, a Espanha atualmente conta com mais de 70 focos ativos espalhados por todo o seu território.

No País Basco, preocupa um foco crescente no município de Ordizia, e na Galiza, outro surto forçou o confinamento de uma região formada por 14 municípios.

"Acho que agora (as eleições) também deveriam ser adiadas, pelo menos nesta região", afirmou Fernando Suárez, prefeito da cidade galega de Ribadeo, apoiado por outros vereadores da região.

No entanto, o governo galego afirma que as urnas serão instaladas em todo o território.

A vice-presidente do governo espanhol Carmen Calvo alertou o governo de Galiza que "cada um terá que responder (...) por suas responsabilidades e suas decisões".

E destacou que, devido à descentralização das competências de saúde em benefício das autoridades regionais, o executivo central não é nada mais do que "um espectador" no que diz respeito aos protocolos de saúde dessas eleições.

- Objetivo: hegemonia -Em nível político, o conservador Partido Popular, opositor a nível nacional, espera levar uma vitória por maioria absoluta em Galiza, um feudo administrado desde 2009 pelo presidente regional Alberto Núñez Feijóo, candidato à sua própria sucessão.

Se as pesquisas forem confirmadas, seria sua quarta maioria absoluta consecutiva.

No País Basco, o Partido Nacionalista Basco (PNV) espera revalidar seu mandato com uma ampla vitória e manter no poder seu presidente regional, Íñigo Urkullu.

Um novo triunfo fortalecerá as reivindicações de mais poderes por parte de um PNV que tem sido um parceiro exigente do presidente Pedro Sánchez no Congresso dos Deputados.

Também no País Basco será julgada uma coalizão eleitoral entre PP e Ciudadanos, um partido de centro-direita liberal que desde sua queda nas legislativas espanholas de novembro vive horas baixas e espera entrar no Parlamento basco juntando-se a alguns 'populares' também em forte retrocesso na região.

A incógnita é se o medo do contágio pesará na participação.

A cientista política Belén Barreiro escreveu no jornal El País que no caso basco "poderia haber uma maior desmobilização", embira isso possa castigar mais partidos como os socialistas, Podemos ou o PP, "cujos eleitores têm menos lealdades do que os das forças políticas nacionalistas".

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