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Ex-advogado de Trump volta à prisão

09/07/2020 19h30

Nova York, 9 Jul 2020 (AFP) - Michael Cohen, ex-advogado de Donald Trump condenado por fazer pagamentos ilegais em nome do presidente dos Estados Unidos e que cumpria sentença em prisão domiciliar por conta da pandemia do coronavírus, retornou ao regime fechado nesta quinta-feira (9), depois de rejeitar as condições de detenção acordadas com a justiça, informou o Departamento de Prisões.

O ex-advogado foi sentenciado a três anos de detenção após admitir ter feito pagamentos ilegais em nome de Trump, que cometeu fraude fiscal e mentiu para o Congresso.

Cohen, de 53 anos, foi enviado em maio de 2019 para um presídio federal no noroeste de Nova York, onde permaneceria até novembro de 2021.

Mas em março, seus advogados pediram que ele fosse libertado devido ao alto risco de contágio pela COVID-19 nas prisões e, em 21 de maio, ele obteve o autorização para cumprir a pena em regime domiciliar.

"Hoje, Michael Cohen rejeitou as condições de sua prisão domiciliar, e como resultado, foi trasladado a uma instalação do Departamento Prisional", disse um porta-voz do departamento em um comunicado, sem detalhar no que consiste este repúdio, nem se uma ida a um restaurante teve algo a ver com seu retorno à prisão.

Na semana passada, o jornal New York Post publicou uma foto dele sorrindo, comendo com amigos no terraço de um restaurante francês no Upper East Side, em Manhattan.

Mas um amigo e conselheiro legal de Cohen, Lanny Davis, disse a jornalistas que acredita que Cohen ficou detido na prisão porque planejava escrever um livro sobre Trump nos próximos meses.

Ele disse que Cohen inicialmente se negou a aceitar a condição de não falar com a imprensa ou não publicar suas memórias em troca de sua prisão domiciliar.

Cohen foi durante anos o braço direito do presidente, mas Trump passou a hostilizá-lo quando o ex-advogado confessou crimes que envolviam o dirigente republicano no tribunal e perante o Congresso.

Em 2018, Cohen se declarou culpado de vários crimes, incluindo pagamentos durante a campanha eleitoral a mulheres que alegam ter tido casos com Trump, violando a lei de finanças eleitorais.

Funcionário da Organização Trump por uma década, Cohen perdeu o direito de exercer a advocacia por causa de seus crimes.

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