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Partidos pró-democracia de Hong Kong celebram primárias apesar de alertas sobre lei de segurança

11/07/2020 14h15

Hong Kong, 11 Jul 2020 (AFP) - Os partidos pró-democracia de Hong Kong organizaram neste sábado eleições primárias para escolher os candidatos das eleições legislativas de setembro, apesar das advertências do governo de que poderiam contrariar a nova lei de segurança imposta pela China.

Milhares de pessoas votaram nos colégios eleitorais extraoficiais da cidade, horas depois de uma operação da polícia contra um instituto de pesquisa que ajudava a oposição a organizar as primárias.

Após o fechamento das urnas, os organizadores anunciaram que 230.000 pessoas votaram, número acima do esperado.

A votação continuará no domingo.

"Com a nova lei de segurança nacional, ninguém sabe quantos candidatos pró-democracia estarão autorizados a disputar as próximas eleições do LegCo (Conselho Legislativo, o Parlamento de Hong Kong)", afirmou à AFP uma eleitora que se identificou apenas como Poon, de 34 anos, no bairro de Tseung Kwan O.

"O governo pode vetá-los sob a nova lei".

"Valorizo cada oportunidade que tenho para votar no candidato que quero e espero que as pessoas de Hong Kong mostrem ao governo que não vamos ajoelhar", completou.

Na quinta-feira, o secretário de Assuntos Constitucionais e da Parte Continental do governo, Erick Tsang, advertiu que os que "organizam, planejam e participam" nas primárias poderiam cometer infrações sob a nova lei de segurança.

Na semana passada, a China impôs uma nova lei de segurança em Hong Kong para reprimir atos de subversão, secessão, terrorismo e conluio com estrangeiros. Esta foi a resposta do regime comunista aos grandes protestos do ano passado contra a influência do poder central no território semiautônomo.

A lei é a mudança mais radical nas liberdades e autonomia de Hong Kong desde que o Reino Unido devolveu o território à China em 1997.

O ex-deputado pró-democracia Au Nok-hin afirmou que a declaração de Tsang "não tem fundamento".

Na sexta-feira, a polícia fez uma operação na sede do Public Opinion Research Institute (PORI), um centro de pesquisas que colaborou com a oposição na organização das primárias.

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