Ex-ministros pedem fim do desmatamento ao governo Bolsonaro
Brasília, 15 Jul 2020 (AFP) - Vários ex-ministros da Fazenda, entre eles o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, pediram nesta terça-feira (14) em uma carta conjunta ao governo federal que a recuperação da economia após a pandemia leve em consideração a preservação do meio ambiente.
"A recuperação da economia pós-COVID-19 oferece oportunidades importantes para promover a economia de baixo carbono e sustentável, em um momento em que o mundo atravessa importantes e rápidas transformações nos mercados de capital e de trabalho", diz a carta, assinada por 17 ex-ministros da Fazenda e ex-presidentes do Banco Central do Brasil.
"Defendemos que critérios de redução das emissões e do estoque de gases de efeito estufa na atmosfera, e de resiliência aos impactos da mudança do clima sejam integrados à gestão da política econômica", continua o documento.
A carta foi publicada a poucos dias da reunião por videoconferência do G20, agendada para o próximo sábado, organizada pela Arábia Saudita e na qual ministros da Fazenda e presidentes dos bancos centrais das economias mais desenvolvidas e industrializadas do mundo abordarão estratégias para retomar o crescimento após a pandemia.
A reunião do G20 acontece em meio aos augúrios pessimistas das organizações não-governamentais, que alertam que 2020 está no caminho de se tornar um dos anos mais destrutivos para a floresta Amazônica.
No ano passado, as queimadas na floresta provocaram um alarme internacional e fortes críticas ao presidente Jair Bolsonaro, que nunca escondeu o apoio a atividades de mineração e de agropecuária em regiões ambientalmente protegidas.
De acordo com dados oficiais, o desmatamento da Amazônia brasileira registrou um recorde semestral de 3.070 km² entre janeiro e junho de 2020.
No final de junho, fundos de investimento da Europa, da Ásia e da América do Sul que administram coletivamente cerca de 4 trilhões de dólares pediram ao governo de Bolsonaro, também em carta aberta, que detenha projetos que ameaçam acelerar a destruição da Amazônia.
O vice-presidente, general Hamilton Mourão, que encabeça o Conselho Nacional da Amazônia, se reuniu virtualmente na última quinta-feira com representantes de nove destes fundos de investimento. Nesta sexta-feira, Mourão conversará com empresários igualmente preocupados com uma política ambiental que ameça manchar a imagem internacional do país.
Em reunião virtual da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o Brasil está comprometido com a defesa do meio ambiente e pediu ajuda para preservar a Amazônia, mas alertou que o país não renunciará de sua soberania sobre a floresta.
A Amazônia brasileira representa 60% do total da floresta compartilhada por nove países.
jm/val/am/mvv
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