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Presidente do Peru troca a maioria do gabinete, incluindo o ministro da Saúde

15/07/2020 17h59

Lima, 15 Jul 2020 (AFP) - O presidente peruano, Martín Vizcarra, trocou 11 de seus 18 ministros, entre eles o titular da Saúde, a segunda mudança na pasta desde que a pandemia eclodiu no país há quatro meses.

A saída do ministro da Saúde, Víctor Zamora, é a mudança mais notável após as constantes críticas que recebeu pela administração da crise no país.

O número oficial de mortos pela COVID-19 no pais subiu para 12.229, mas os críticos de Zamora afirmam que as vítimas fatais já ultrapassaram os 30 mil.

Na reestruturação de seu gabinete, Vizcarra nomeou Mario López Chavarri como seu novo chanceler, substituindo Gustavo Meza-Cuadra, ambos diplomatas de carreira.

O ex-chefe da Força Aérea, Jorge Montoya, assumiu o Ministério do Interior. Uma nomeação que pode significar uma reviravolta na luta contra a criminalidade no país.

"Combater a pandemia até que o vírus seja derrotado, recuperação econômica até que haja mais trabalho e renda para os peruanos" são os objetivos deste gabinete, disse Vizcarra após uma cerimônia no Palácio do Governo, na qual os novos ministros foram empossados.

Vizcarra ratificou no cargo a ministra da Economia, María Antonieta Alva, arquiteta de um plano de reativação que busca tirar a economia em colapso da UTI.

- Três ministros da Saúde -Pilar Mazzetti é a terceira o ocupar o Ministério da Saúde desde que a pandemia atingiu o Peru. A prestigiosa neurologista e ex-ministra lidera o grupo que assessora o governo no combate à pandemia.

A nova ministra da Saúde já ocupou a pasta na gestão do presidente Alejandro Toledo (2001 - 2006) e foi ministra do Interior durante o segundo mandato de Alan Garcia (2006 - 2011).

Sua experiência no Ministério da Saúde foi na administração de Alejandro Toledo (2001-2006). Também foi ministra do Interior durante o governo de Alan García (2006-2011).

Zamora havia assumido o cargo em 21 de março no lugar de Elizabeth Hinostroza, uma semana depois do Peru ter decretado um confinamento obrigatório nacional que durou até 30 de junho.

À frente do gabinete, Vizcarra designou Pedro Cateriano como seu primeiro-ministro, um advogado liberal que já ocupou este cargo durante o governo de Ollanta Humala (2011 - 2016). Ele sucede Vicente Zeballos, que ocupava a cadeira desde 30 de setembro de 2019.

A mudança no gabinete coincidiu com a queda de cinco pontos percentuais na aprovação da Vizcarra, que era de 65% em julho, de acordo com uma pesquisa da Ipsos divulgada pelo jornal El Comercio.

Dois ministros tomaram posse virtualmente, incluindo a Ministra do Comércio Rocío Barrios, em quarentena após ter testado positivo para COVID-19.

A líder da oposição Keiko Fujimori celebrou as mudanças no Twitter: "Era urgente que houvesse mudanças. Este novo gabinete é uma oportunidade para corrigir erros. Não é hora de discutir diferenças políticas. Esperamos que essa nova equipe seja bem-sucedida porque a vida e a economia de todos os peruanos dependem de sua administração" afirmou Keiko, filha do ex-presidente Alberto Fujimori.

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