Topo

Bulgária tem oitavo dia de manifestações antigovernamentais

16/07/2020 22h46

Sófia, 17 Jul 2020 (AFP) - Mais de 18.000 pessoas protestaram nesta quinta-feira (16) pelo oitavo dia consecutivo na capital da Bulgária, reivindicando a demissão do governo, ao qual acusam de corrupção.

Os manifestantes - muitos deles jovens - bloquearam durante sete horas a circulação no centro de Sófia.

Tocando tambores, agitaram bandeiras e repetiram lemas como "aqui estaremos todos os dias", "demissão" e "máfia", contra o governo de centro direita de Boiko Borisov, no poder há dez anos ininterruptos.

Também exigiram a demissão do procurador-geral, Ivan Guechev, a quem acusam de "parcialidade".

Guechev, que destaca que "todos são iguais perante a lei", ordenou na quinta-feira passada que fossem revistados os gabinetes de dois conselheiros do presidente, Rumen Radev, próximo dos socialistas, que denunciou o "caráter mafioso" do governo.

Também foram celebrados protestos similares em uma dezena de cidades nesta quinta-feira.

Borisov e seus aliados nacionalistas da coalizão governamental declararam na quinta-feira que permaneceriam no poder até o fim do mandato, que termina na próxima primavera no hemisfério norte.

"Quem dos que protestam têm mais experiência do que nós para enfrentar os desafios econômicos e sanitários [...] neste inverno?", exclamou Borisov.

Os protestos reuniram pessoas de esquerda e direita, bem como cidadãos descontentes que dizem não simpatizar com qualquer partido.

Os socialistas apresentaram uma moção de censura contra o governo, mas tem poucas chances de prosperar.

A votação será celebrada na terça-feira no Parlamento e depois dela, Borisov prometeu efetuar uma enorme reforma governamental.

Três de seus ministros mais influentes (Finanças, Economia e Interior) se demitiram nesta quarta-feira.

vs/ybl/jvb/dg/mvv